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Após um mês de uso do Moto G7 Power – a Motorola apresentou a nova linha no dia 07 de fevereiro –, eu desaprendi a carregar o meu celular periodicamente. O smartphone se mostrou bastante eficiente em sua proposta central. Isso significa: ele realmente tem uma bateria poderosa, capaz de durar até dois dias de uso em uma rotina (bem) agitada, algo bem difícil de encontrar no mercado atualmente.

O modelo faz parte do segmento de celulares intermediários, e tem uma ficha técnica modesta, mas funcional. O processador é o mesmo presente no Moto G7 convencional, o que representa um upgrade e tanto em relação à geração passada, mas ele não tem câmera dupla. Vale dizer que se você é apaixonado por fotos, esse modelo pode ser um pouco frustrante.

Mas, vamos começar do início! Confira, nas próximas linhas, a minha experiência de trinta dias com o Moto G7 Power.

Moto G7 Power na cor Azul Navy - Foto: Ana Marques/Buscapé

Design elegante, com direito a notch de iPhone X

A primeira impressão é a que fica, e nesse quesito o smartphone da Motorola até que se saiu bem. Apesar de manter o desenho circular para a câmera traseira, esse detalhe está mais discreto, menos saltado (muito por conta da espessura maior resultante do aumento de bateria).

A construção é feita em plástico, mas parece vidro, o que deixa o aparelho bem atraente e elegante. As cores também são interessantes. Testei o Azul Navy, que tem um tom escuro e mais discreto, mas no lançamento pude brincar um pouco com o modelo Lilac, um certo violeta, que me chamou bastante atenção. Essa opção ainda não está disponível no site da Motorola, mas, de acordo com a fabricante, chega até o Dia das Mães ao Brasil.

Moto G7 Power na cor Lilac - Foto: Ana Marques/Buscapé

Assim como os demais modelos da nova geração, o Moto G7 Power é um smartphone com – uma tendência que tomou conta da indústria de celulares depois do lançamento do iPhone X. O entalhe tem o propósito de aumentar a área útil do painel frontal, proporcionando mais tela sem aumentar muito o tamanho do aparelho. Com o mesmo fim, também houve uma redução das bordas do telefone.

No G7 Power, o recorte é no formato retangular, mais parecido com o celular da Apple. Nos irmãos “maiores”, o Moto G7 e o Moto G7 Plus, ele parece uma gota d'água, com desenho mais discreto. Tem muita gente que torce o nariz para esse “topete”. Eu não ligo tanto e vejo até certo charme no entalhe.

Entalhe (notch) da tela do Moto G7 Power - Foto: Ana Marques/Buscapé

E já que estamos falando de tela, vale ressaltar que o display de 6,2 polegadas do Moto G7 Power tem resolução HD+ (1570 x 720 pixels). Isso implica em imagens pouco definidas e, no dia a dia, você vai notar fotos serrilhadas. Algo que me incomodou foram os tons de preto que se mostraram bastante acinzentados. Mas nada que chegue a prejudicar significativamente a experiência com o celular (caso você não trabalhe com gráficos).

Como já era de se esperar, o Moto G7 Power é o mais pesado da nova turma, mas não chega a ser tão incômodo – você acostuma com menos de um dia de uso. O formato 19,5:9 ajuda que a tela tenha mais de 6 polegadas sem prejudicar a ergonomia. O modelo acompanha capa de silicone transparente, carregador TurboPower e fones de ouvido.

Desempenho honesto

Durante meus testes com o Moto G7 Power, usei basicamente todos os aplicativos aos quais estou acostumada, o que inclui: Instagram, Facebook, Twitter, WhatsApp, Gmail, os apps do GSuit, Trello, Câmeras, apps de banco, iFood, Netflix e Spotify.

O processador não é tão rápido quanto um top de linha, é claro, mas a evolução para um chipset da série Snapdragon 600 (ele usa o SD 632) certamente ajudou para que o Moto G7 Power entregasse uma boa velocidade na maioria das tarefas.

Moto G7 Power rodando PUBG Mobile - Foto: Ana Marques/Buscapé

Foi possível até arriscar jogos como o Sonic Dash e PUBG Mobile sem testemunhar travamentos. No entanto, o processamento gráfico é com a Adreno 506, uma GPU mais antiga, que já acompanhava o Snapdragon 625.

Isso quer dizer que apesar de “dar pro gasto”, principalmente por ter muita bateria, o Moto G7 Power não é o smartphone mais indicado para jogos do pedaço, ok? Usuários mais exigentes provavelmente irão se irritar um pouco com o serrilhado nas imagens.

Com memória RAM de 3 GB, ele aguenta alguns programas em segundo plano. Mas é bom não se empolgar e abrir milhões de apps, o gerenciamento de RAM do Moto G7 Power não é tão avançado.

Câmeras: o calcanhar de aquiles do Moto G7 Power

Aqui, a coisa fica um pouco mais complicada para o lado do Moto G7 Power. A grande questão é que existem smartphones mais baratos (e mais antigos) com câmeras melhores – para resumir: se de alguma forma você depende do smartphone para fazer fotos ou vídeos profissionalmente (ou quer um celular capaz de fazer ótimas imagens para as suas redes sociais), talvez o Moto G7 Power não seja o mais indicado para você.

Na traseira, temos um sensor de 12 megapixels e abertura de lente f/2.0. O smartphone até faz vídeos em 4K, mas as condições de estabilização são precárias. Há trepidações facilmente (ele não conta com OIS) e também bastante ruído nas imagens. As fotos também não têm ótimos resultados, a menos que você esteja em campo aberto em um dia ensolarado, ou conte com iluminação artificial em níveis ideais.

Fotos tiradas com a câmera traseira do Moto G7 Power em modo automático (esq.) e com o recurso “Cor em destaque” (dir.) - Foto: Ana Marques/Buscapé

Um recurso interessante é a cor em destaque, que permite escolher um tom para permanecer na tela, enquanto o resto da pintura vira preto e branco. Bem bacana para os mais criativos! O Cinemagraph também é legal para fazer fotos diferentes, com movimento. Não compensa a falta de qualidade do conjunto, mas é agradável.

A câmera frontal também deixa a desejar. Com 8 MP e abertura f/2.2, a maioria das suas selfies em locais com pouca luz vai sair bastante granulada (com pouco definição). Os filtros do Instagram em ambientes escuros são praticamente impossíveis de usar (de tão ruim que fica o resultado). Já na luz do dia, você até consegue capturar algumas imagens boas, mas a busca pela foto perfeita poderá levar algum tempo.

Selfie em local bem iluminado com Moto G7 Power | sem Modo Retrato (esq.) e com Modo Retrato (dir.) - Foto: Ana Marques/Buscapé

Ele é um smartphone sem câmera dupla, mas ainda capaz de fazer fotos com o Modo Retrato (pouco preciso, já que utiliza um recurso de software não muito aprimorado pela fabricante). A função está presente tanto na câmera frontal quanto na traseira, e não é satisfatória em nenhuma delas.

Vale reforçar: o Moto G7 Power não tem flash frontal. O aparelho conta com o flash virtual, que acende a tela para ajudar na iluminação. Na prática, o recurso não fornece os melhores resultados.

Selfie em local mais escuro com o Moto G7 Power sem flash (esq.) e com flash virtual (dir.) - Foto: Ana Marques/Buscapé

Sobre o armazenamento… Você conhece a Marie Kondo?

Se ainda não viu nada sobre a especialista em organização pessoal, vale a pena checar a série na Netflix ou ler alguns de seus livros, porque usando o Moto G7 Power, você vai precisar priorizar quais apps, fotos e vídeos ficam no celular e quais serão deletados.

Brincadeiras à parte, esse celular traz apenas 32 GB de espaço interno, sendo que 11 GB já são tomados pelo sistema operacional. Ou seja, você tem 21 GB para armazenar todos os seus arquivos, o que pode ser pouco para os usuários mais acumuladores, ou aqueles que gostam de muitos jogos pesados.

A boa notícia é que a memória pode ser expandida via microSD de até 512 GB, e a bandeja não é híbrida (você pode usar dois chips e o cartão de memória sem problemas).

Bateria que não acaba mais

Essa é a prata da casa do Moto G7 Power – seu grande propósito, e ao qual ele serve muito bem. Com capacidade de 5.000 mAh, a Motorola promete até 55 horas de duração de bateria (um pouco exagerado, é verdade), mas não há decepção quando o smartphone aguenta dois dias longe das tomadas. Ou quase isso.

Existem diversos métodos para testar bateria, mas eu prefiro o mais prático: uso normalmente o smartphone (como se fosse meu celular pessoal) e anoto em quanto tempo ele descarregou completamente. Comigo (e um uso nada moderado de redes sociais, mensageiros, câmeras e serviços de streaming), o Moto G7 Power aguentou bravamente 40 horas até ficar completamente sem carga, isso sem usar o Modo de Economia de Energia.

Estimativa de duração da bateria do Moto G7 Power (2 dias) - Foto: Ana Marques/Buscapé

Isso significa que você pode trabalhar ou passear o dia inteiro, chegar em casa, trocar mensagens com a sua família ou amigos, ir dormir, acordar pontualmente com seu despertador, voltar ao trabalho e só aí prestar atenção em quanta bateria ainda resta. Devo confessar que é uma paz que me faltava!

O carregamento é rápido – não tão rápido quanto o do Moto G7 Plus – mas consideravelmente veloz para uma capacidade tão grande. Durante o período de testes, observei que ele demorou 15 minutos para conseguir 20% de bateria, partindo do zero. A carga completa foi obtida com 2 horas e 5 minutos ligado à tomada.

Android 9 Pie está muito agradável com as poucas modificações da Motorola

O Moto G7 Power sai de fábrica com o Android mais recente, a versão 9.0 Pie, o que é uma grande vantagem frente aos demais smartphones intermediários. Além disso, ele tem poucas modificações (não chega a ser Android One, mas a Motorola é conhecida por entregar um Android quase puro aos usuários).

O sistema conta com alguns recursos bem interessantes, como o conjunto de funções do Bem-Estar Digital, que ajuda a controlar quanto tempo você passa com o smartphone. O objetivo é reduzir o vício em estar sempre conectado – há algumas opções para se desconectar, como o “Relaxar” e um timer para aplicativos (quando o tempo estipulado se esgotado, o app é bloqueado até o fim do dia).

Bem-estar digital no Moto G7 Power - Foto: Ana Marques/Buscapé

A navegação por gestos do Moto G7 Power também me conquistou. Com apenas um deslize para cima, você tem acesso ao gerenciador de apps abertos, com outro deslize para a direita, você alterna entre o app na tela e o último usado. Para voltar, basta correr o dedo para a esquerda. Você também pode voltar à tela inicial com um toque curto, e ativar a Google Assistente com um toque longo.

E ainda tem bateria adaptável. Essa função se beneficia de inteligência artificial para aprender como você usa seu celular e limitar o uso de energia para os apps pouco utilizados. Assim, o componente consegue uma otimização ainda maior para melhorar a autonomia.

TV Digital foi uma boa aposta

Para finalizar esse review, vale falar de um recurso muito bem-vindo (e acertado): a TV Digital, que só está presente no modelo Power. A decisão da Motorola foi bastante inteligente, já que é comum que o público com rotina mais agitada (que procura por um aparelho como este), queira também acompanhar as notícias no seu jornal favorito, ou mesmo ficar ligado na novela ou no jogo de futebol, mesmo quando ainda está a caminho de casa.

A tela grande e o fôlego de bateria irá proporcionar uma boa experiência para esses usuários, tornando o Moto G7 Power um bom negócio, no final do dia. Na caixa, você encontrará um adaptador para fone de ouvido que serve como uma antena (você não precisa usar sempre, mas pode ajudar onde o sinal é mais fraco).

Preço do Moto G7 Power começou salgado, mas já existem boas ofertas

A Motorola anunciou o Moto G7 Power por R$ 1.399. Preço um pouco alto para um smartphone com 3 GB de RAM e processador intermediário. Mas ela não é a única a lançar smartphones médios a preços exorbitantes, esses celulares estão custando cada vez mais caro.

A boa notícia é que um mês após o lançamento, o G7 Power já tem boas promoções, ficando perto dos R$ 1,1 mil. Ainda é um pouco alto, mas já vale o investimento, se você precisa de um smartphone nesses moldes.

No fim das contas, o Moto G7 Power é o modelo mais interessante da sétima geração

Um smartphone com bateria poderosa realmente funciona. A provocação é referente aos demais dispositivos à venda no mercado com a proposta de bateria “gigante”. A própria Motorola é dona de um desses, o Moto E5 Plus. A linha Moto E, no entanto, não faz brilhar os olhos. O design defasado, o processador de entrada e o armazenamento ainda menor não justificam a compra, nem mesmo para quem precisa de bateria duradoura.

Outra opção da marca é o Moto Z3 Play, que não sai por menos de R$ 1,6 mil no momento. E vale dizer: isso é sozinho. Como ele não tem bateria duradoura, o truque é apelar para os Moto Snaps. Com um módulo de bateria, você chega a 5.220 mAh no total, mas aí já se vão R$ 1,8 mil.

Por essas e outras, o Moto G7 Power é o modelo mais interessante da nova safra da família Moto G. A linha – que se tornou popular pelo bom custo/benefício lá em suas primeiras gerações – ficou mais cara, mas ainda é uma boa opção para quem busca qualidade, durabilidade e não quer arriscar o investimento em marcas sem assistência técnica no Brasil.

Ficha técnica do Moto G7 Power:

  • Tela de 6,2 polegadas
  • Resolução da tela: HD+ (1520 x 720 pixels)
  • Densidade de pixels: 271 ppi
  • Processador Snapdragon 632 (octa-core de até 1,8 GHz)
  • Memória RAM de 3 GB
  • Armazenamento de 32 GB (expansível até 512 GB via microSD)
  • Câmera traseira de 12 MP (f/2.0)
  • Câmera frontal de 8 MP (f/2.2)
  • Bateria de 5.000 mAh
  • Conexões: 4G, 3G e Wi-Fi
  • Leitor de impressões digitais (na traseira)
  • Reconhecimento facial 2D
  • Sistema operacional: Android 9 Pie
  • Dimensões: 159,4 x 76 x 9,3 mm
  • Peso: 193 gramas
  • Cores: Azul Navy (azul escuro) e Lilac (lilás)

Avaliação do Buscapé:

Pontos fortes

  • Bateria de longa duração
  • Desempenho fluido
  • Design atual
  • Android atualizado
  • TV Digital
  • Tela HD+
  • Câmeras traseira e frontal deixam a desejar
  • Pouco espaço interno para armazenar arquivos
  • Processamento gráfico poderia ser melhor

Pontos fracos

  • Tela HD+
  • Câmeras traseira e frontal deixam a desejar
  • Sem flash frontal
  • Pouco espaço interno para armazenar arquivos
  • Processamento gráfico poderia ser melhor

Confira o Review em 1 minuto do Moto G7 Power:

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