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Motorola One Action tem lente ultra-wide, faz vídeos em 4K e tem estabilização eletrônica de imagem. (Imagem: Ana Marques/Buscapé)

O Motorola One Action é um smartphone intermediário com câmera tripla que tem a proposta de ajudar criadores de conteúdo – com o recorte em vídeo (Youtubers e vloggers em geral) – a produzirem seu material com praticidade, sem depender de uma câmera de ação dedicada, como uma GoPro ou semelhantes.

Lançado em agosto de 2019 pelo preço sugerido de R$ 1.799, o One Action já é encontrado no mercado nacional por ofertas a partir de R$ 1.174 (na data de publicação deste artigo) – preço bem abaixo do que é praticado pelas marcas concorrentes que trazem soluções para este público, geralmente em seus celulares avançados.

Leia também: Review Motorola One Vision: câmera que surpreende no escuro e tela ‘de cinema’

Mas será que o smartphone da Motorola atende a todas as suas necessidades? Para te ajudar a decidir se o One Action é o telefone ideal para o seu dia a dia, testamos câmeras, desempenho e a bateria desse celular. Veja a análise completa a seguir.

Avaliação do Buscapé

Prós do Motorola One Action:

  • Estabilização eletrônica para vídeos
  • Filma na horizontal com o celular na vertical
  • Grava em 4K @ 30 fps
  • Lente ultra-wide para vídeos
  • Tecnologia Quad Pixel para vídeos
  • Bom para jogos
  • Pegada confortável (vidro 4D)
  • Tela Full HD+ no formato 21:9

Contras do Motorola One Action:

  • Sem resistência à água ou a impactos
  • Sensores para fotografia não têm Quad Pixel
  • Sem lente ultra-wide para vídeos
  • Sem estabilização de imagem em fotos (fotos tremidas quando há pouca luz)
  • Autonomia de bateria poderia ser maior
Foto: mão segura o aparelho com a tela voltada para a frente, exibindo aplicativos da tela inicial e recorte circular que abriga câmera frontal. Créditos: Ana Marques/Buscapé

Câmera de ação

Uma ótima ideia que ainda precisa de melhorias

Indo direto ao foco do smartphone: a câmera de ação foi uma boa surpresa (e uma das mais diferentes vistas em 2019). Ela permite ao usuário gravar vídeos na horizontal mesmo quando o celular está posicionado na vertical, o que é, de fato, uma conveniência bem-vinda, principalmente para quem grava para o YouTube (Instagrammers podem não fazer muita questão desse recurso, já que os vídeos “em pé” são a marca desta rede social).

O tal modo “Action Cam” vem configurado como default (ou seja, é o modo de vídeo padrão quando você pega o celular pela primeira vez, de acordo com o que foi passado durante a apresentação do produto para a imprensa). No entanto, ao abrir o app de câmera pela primeira vez, na minha unidade de testes, me deparei com o modo convencional e precisei apertar o botão virtual que fica ao lado do obturador para trocar para a câmera de ação.

De todo modo, o processo é bem simples e intuitivo. Depois do primeiro uso, o modo utilizado por último fica registrado e é mostrado primeiro, quando você abre novamente a câmera do celular.

Foto: captura de tela mostra imagem com maior estabilização e preservação de detalhes feita com EIS ativada e imagem com trepidações feitas com EIS desligada. Créditos: Filipe Neves/Buscapé


Usando um pouco do “techniquês”, falamos aqui de um sensor traseiro de 16 megapixels dedicado a vídeos, com lente de ângulo ultra-aberto (117°) e abertura f/2.0, que entrega quatro vezes mais cena do que as lentes tradicionais com 78°.

Há ainda a ajuda da tecnologia Quad Pixel, que combina quatro pixels em apenas um, aumentando a sensibilidade à luz e entregando imagens com maior nível de detalhes.

A gravação é feita em 4K a 30 quadros por segundo, assim como na GoPro Hero 7 Silver (modelo intermediário) e tem estabilização eletrônica de imagem (EIS), feita por software. Na prática, a estabilização do Moto One Action entrega um resultado inesperado para um smartphone em sua faixa de preço. Você pode ver um teste neste vídeo que gravamos enquanto andávamos de patinete pelas ruas esburacadas do Rio de Janeiro.

Mas existem pontos importantes que ainda não foram contemplados pela Motorola nesta tentativa de solução para o público produtor de vídeo. Um deles é a falta do recurso de ação na câmera frontal: com a GoPro Hero 7 Black, por exemplo, é possível filmar a si mesmo enquanto visualiza tudo pela tela flip. Na ausência de um módulo de câmera que gira, como no Galaxy A80 ou Zenfone 6, era de se esperar alguma solução para a câmera de selfie do smartphone, mas ainda não foi dessa vez.

Outros fatores interessantes que ficaram de fora desse smartphone dizem respeito ao design, e falaremos deles mais pra frente, mas há um quesito decisivo que é o grande calcanhar de Aquiles do Moto One Action: as fotos.

Fotos

Esse não é o forte do Motorola One Action

As fotos tiradas com a câmera traseira do Motorola One Action não são necessariamente ruins. Mas para quem teve contato com o One Vision, elas deixam bastante a desejar. A Motorola explica que é porque esse é um celular voltado para produtores de vídeo, enquanto o Vision é para quem é apaixonado por fotos – mas eu nunca conheci um produtor de vídeo que não ligasse para qualidade das fotos que posta em seu Instagram ou redes sociais afins.

Para fotos, o One Action é, na verdade, um smartphone dual camera – isso porque o sensor de 16 MP funciona apenas para vídeos. Ou seja, o usuário não é capaz de fotografar com a lente ultra-wide, a menos que ele faça uma captura dentro de uma filmagem.

Os sensores para fotografia são de 12 MP (f/1.8), com PDAF; e 5 MP (f/2.2), para profundidade (auxilia no Modo Retrato).

Foto: no primeiro quadro, a miniatura do Mario Bros (tema central), sem Modo Retrato, divide atenção com as miniaturas no fundo da imagem. No segundo, com o Modo Retrato, o tema se destaca enquanto o fundo é desfocado. Créditos: Ana Marques/Buscapé

Os usuários mais exigentes provavelmente sentirão a necessidade de dar uma mexida em contraste antes de publicar os resultados, mas de forma geral o balanço de cores é agradável e equilibrado, sem puxar muito para tons frios ou quentes.

Foto exibe dois prédios no ângulo de baixo para cima, com céu azul ao fundo e topo de árvore com folhas verdes no canto inferior esquerdo da foto. Créditos: Ana Marques/Buscapé

Não há tecnologia Quad Pixel, Modo Night Vision ou estabilização eletrônica para fotos. Os recursos tradicionais da Motorola para imagens estão disponíveis: o software de câmera traz o Cinemagraph, para fotos animadas, a função de cor em destaque e também as sugestões de ajustes com base em Inteligência Artificial.

Foto: caminhonete velha com pintura verde desgastada, vegetação mista na cor verde no fundo e céu azul. Créditos: Ana Marques/Buscapé
Foto: área externa durante a noite mostra mesas de madeira sob lona verde e branca iluminada; há incidência de luz amarela; vegetação ao fundo não apresenta muita nitidez. Créditos: Ana Marques/Buscapé

Para selfies, há uma câmera frontal de 12 MP com abertura f/2.0, que entrega resultados bacanas para o preço do smartphone, mas sem nada de muito especial – facilmente trocável por um Galaxy A50, por exemplo, que entrega melhor processamento de imagem.

A seguir, é possível ver selfies tiradas com e sem o Modo Retrato (que é totalmente realizado por software no caso da câmera frontal, já que não há um segundo sensor).

Foto: primeiro quadro mostra selfie sem Modo Retrato (fundo com céu ensolarado inclui árvore com poucas folhas, carros e casa), enquanto o segundo mostra selfie no mesmo ambiente com Modo Retrato (o fundo fica desfocado). O fundo mundo iluminado causa superexposição em ambos os casos. Créditos: Ana Marques/Buscapé

Desempenho

Velocidade até em tarefas exigentes

Com exceção das câmeras, o Motorola One Action traz a mesma ficha técnica presente no Motorola One Vision. Isto é, o celular tem memória RAM de 4 GB, processador Exynos 9609 e armazenamento de 128 GB, expansível em até 512 GB via microSD.

Na prática, esse conjunto entrega ótima velocidade para rodar os aplicativos do dia a dia e surpreende por executar alguns games, como PUBG Mobile, em qualidade máxima.

Durante nossos testes, aplicativos de redes sociais, como Twitter, Facebook e LinkedIn rodaram sem problemas. O Instagram, no entanto, apresentou engasgo por duas vezes, desligando repentinamente durante o uso.

Bateria

Autonomia para um dia comum

A capacidade de bateria do Motorola One Action é de 3.500 mAh, o que é o suficiente para o uso do smartphone durante uma jornada de trabalho, de forma moderada (checagem de redes sociais, navegação da web, duas a três horas no Spotify e um uso básico da câmera).

Em nossos testes simulando uma rotina comum, retiramos o smartphone da tomada às 8h30min com 100% de carga e o utilizamos para rodar apps de redes sociais (aproximadamente 4 horas de uso), app da câmera (cerca de 20 minutos), Netflix (1 hora) e Spotify (4 horas), fora apps em segundo plano, como mensageiros e e-mail. A bateria descarregou completamente às 22h15min.

Pensando nesse celular como um modelo feito para gravação de vídeo, no entanto, era de se esperar uma capacidade um pouco maior – de, no mínimo, 4.000 mAh. Se você espera gravar durante muitas horas, é aconselhável levar uma bateria externa para não ficar na mão durante o dia.

Tela

Formato 21:9 e vidro 4D repetem a fórmula de sucesso do One Vision

Foto mostra lateral do celular com revestimento em vidro 4D, o que proporciona aspecto curvo às extremidades do Motorola One Action. Créditos: Ana Marques/Buscapé

A boa experiência ergonômica do Motorola One Vision se repete no Action com a tela de 6,3 polegadas na proporção 21:9, que é mais estreita do que o padrão 18:9 popularizado este ano na indústria de celulares. Junto com o vidro 4D, o formato “de cinema” proporciona uma pegada confortável e favorece o uso do smartphone com uma mão – é bastante difícil voltar para um celular com tela “mais larga” depois de usá-lo.

A resolução é Full HD+, o que entrega um bom nível de detalhes e torna a experiência com vídeos e gráficos agradável. A tecnologia, no entanto, é IPS LCD, menos econômica do que telas OLED e também com contrastes menos intensos. Nesse tipo de tela, a cor preta tem tons mais acinzentados.

Foto: mão segura celular e mostra entrada no padrão 3,5 mm (P2) para fones de ouvido na parte superior do aparelho. Créditos: Ana Marques/Buscapé

A entrada P2 para fones de ouvido continua na parte de cima do smartphone, e a saída de áudio fica embaixo, perto da porta USB-C. Na parte traseira, além da câmera tripla posicionada na vertical, há o sensor de digitais que fica sob o logo da Motorola.

O Motorola One Action é vendido em azul-denim, branco-polar e aquamarine.

Foto: versões do Motorola One Action em aquamarine e branco-polar. Créditos: Ana Marques/Buscapé

Construção

Sem resistência à água ou a impactos

A falta de resistência à água não é exatamente uma surpresa, mas desaponta tendo em vista o foco do smartphone (situações que inspiram necessidade de cuidados extras). Uma possível proteção contra impactos, como a certificação militar vista em modelos de smartphones da LG, também seria bem-vinda. Mas, ao menos desta vez, essas características ficaram de fora da família Motorola One.

A caixa do Motorola One Action acompanha uma capinha de silicone transparente, indicada para proteger o aparelho no dia a dia. No entanto, para usá-los durante a gravação de esportes radicais, a dica é investir em modelos mais robustos de cases.

Android One

Foto: mão segura smartphone mostrando o selo do Android One na parte traseira do aparelho. Créditos: Ana Marques/Buscapé

O sistema operacional do Motorola One Action é o Android 9 Pie (One Edition), assim como o do Motorola One Vision. Essa versão feita em parceria com o Google promete atualizações mais rápidas e frequentes, o que além de garantir que o usuário aproveite o que há de mais novo no Android, também proporciona maior segurança para os dados armazenados no smartphone.

O visual não é muito diferente no encontrado no chamado “Android Puro” da própria Motorola. As Moto Ações, que incluem o balançar o aparelho duas vezes para acionar a lanterna e rotacionar  o punho duas vezes para abrir o app de câmera, estão mantidos. Também marcam presença os recursos do “Bem-estar Digital”, para ajudar a diminuir o vício em smartphones.

Custo-benefício

Vale a pena comprar o Motorola One Action?

O Motorola One Action é um celular focado em um nicho bastante específico: o de produtores de conteúdo em vídeo, especialmente quem filma cenas com bastante movimento, como esportes radicais. Para esse perfil, o smartphone tem uma proposta interessante que une praticidade, conforto e oferece boa qualidade em gravação, principalmente para quem não pode investir em um smartphone top de linha. Pelo preço, é uma boa opção para quem procura um bom celular para vídeos e para jogos.

No entanto, o modelo peca nas fotos (tanto com a câmera traseira quanto com a frontal). E se esse quesito é tão importante para você quanto os vídeos, as câmeras do One Action podem decepcionar – talvez, nesse caso, seja mais interessante apostar no One Vision, que é superior em fotos e, apesar de não oferecer a câmera de ação ultra-wide, ainda é capaz de filmar em 4K, tem estabilização óptica de imagem (OIS) e conta com o recurso Night Vision, para fotografar no escuro.

Ficha Técnica

Conheça as especificações do Motorola One Action

  • Tela de 6,3 polegadas Full HD+ (21:9)
  • Processador Exynos 9609 octa-core de até 2,2 GHz
  • Câmera traseira tripla:
    - Sensor principal de 12 MP (f/1.8) PDAF
    - Sensor secundário de 5 MP (f/2.2) para profundidade
    - Sensor para vídeos de 16 MP (f/2.0) ultra-wide (117°); Quad Pixel; Estabilização eletrônica
  • Câmera frontal de 12 MP (f/2.0)
  • Vídeos em 4K (30 fps)
  • Memória RAM de 4 GB
  • Armazenamento de 128 GB (expansível até 512 GB via microSD)
  • Bateria de 3.500 mAh
  • Android 9.0 Pie (One Edition)
  • Leitor de impressões digitais
  • Preço de lançamento: R$ 1.799
  • Data de lançamento: 16 de agosto de 2019
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