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A NVIDIA lançou a segunda geração do Deep Learning Supersampling, ou DLSS 2.0, como é popularmente mencionado. Essa tecnologia tem o objetivo ambicioso de melhorar a qualidade gráfica dos jogos ao mesmo tempo que aumenta a performance em quadros por segunda, dois pontos que geralmente trabalham de forma totalmente oposta.

A tecnologia funciona nas placas da geração RTX da empresa, que é o caso da RTX 2080, RTX 2080 Ti, RTX 2080 Super, RTX 2070 Super, RTX 2070, RTX 2060 Super e RTX 2060. Além de entregar mais qualidade gráfica e desempenho, o recurso também corrige as bordas das imagens, fazendo o papel do anti-serrilhado, recurso que pesa consideravelmente os games na hora de ser executado.  

Quer entender mais a fundo como o DLSS 2.0 funciona? O Buscapé preparou um artigo bem completo para te mostrar mais sobre essa tecnologia, como ela funciona e quais os seus resultados nos jogos. Confira, a seguir.

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A tecnologia DLSS 2.0 está disponível apenas para a série de placas RTX da NVIDIA. (Foto: Shutterstock/Kiklas)

O que é o DLSS 2.0 e como ele funciona?

O DLSS 2.0 é uma inteligência artificial responsável por fazer com que os jogos rodem com uma qualidade gráfica alta e, ao mesmo tempo, com mais desempenho. Isso significa que se você rodar um jogo em resolução 4K com o recurso ativado, você terá praticamente a mesma qualidade gráfica e, em alguns casos, o dobro de FPS do que teria com a tecnologia desligada.

Diferença de detalhes e desempenho do jogo Deliver Us The Moon com o DLS 2.0. (Foto: Divulgação/NVIDIA)‌‌

Essa inteligência artificial usa aprendizado de máquina para fazer toda essa “mágica” nos jogos. O DLSS está presente nas placas RTX justamente porque elas possuem uma estrutura chamada "núcleo tensor" em seus chips. Esse componente é responsável por calcular matrizes de forma bem rápida. O cálculo de matrizes favorece muito a tecnologia de aprendizado de máquina, por isso o DLSS ainda é uma exclusividade da série RTX.

Lembra quando falamos que o primeiro objetivo desse recurso era aumentar a qualidade gráfica e a performance ao mesmo tempo? Pois bem, o DLSS faz isso da seguinte forma: ele renderiza a imagem em uma resolução menor, e depois aumenta essa imagem para uma resolução maior. Isso é feito por meio da inteligência artificial que vai preencher todos os pixels que faltam (e são muitos).

Destaques do DLSS 2.0. (Foto: Divulgação/NVIDIA)

Neste processo o DLSS também já realiza a suavização de bordas para que a imagem não fique serrilhada. Normalmente é o recurso anti-serrilhado que faz esse trabalho, mas ele pesa bastante no desempenho do game, por isso o DLSS 2.0 promete resolver dois problemas em um processo só.

Em resumo, o DLSS busca renderizar a imagem em tamanho menor, o que deixa o processo mais leve, e depois aumentar essa imagem para um tamanho maior com uso de inteligência artificial, que vai preencher pixel por pixel, já suavizando as bordas neste processo. O resultado é uma imagem em alta resolução, sem serrilhado e com ganho expressivo de desempenho quando comparado ao mesmo jogo rodando na resolução nativa sem o recurso.

DLSS 1.0 e 2.0: o que muda?

O objetivo da NVIDIA é o mesmo desde o lançamento do DLSS, mas as coisas não correram muito bem na primeira versão da tecnologia. No processo de ampliação, o preenchimento de pixels não estava sendo feito de forma satisfatória, com isso a imagem fica “borrada” em vários pontos. Com a segunda geração, o resultado é muito próximo ao da imagem caso ela fosse renderizada na resolução original, sem esse recurso.

Diferença do DLSS e DLSS 2.0. (Foto: Divulgação/NVIDIA)

Outra diferença entre as gerações é a forma com que o aprendizado de máquina trabalha. Antes, o treinamento de inteligência artificial era feito para cada jogo em específico. Cada game tinha o seu código base do DLSS e a empresa tinha que decidir quais partes dele iriam participar desse treinamento de aprendizado, ou seja, já dá para imaginar que demandava um trabalho muito grande para o recurso funcionar.

Diferença em gráficos do DLSS desligado, DLSS antigo e DLSS 2.0. (Foto: Divulgação/NVIDIA)

Agora, o DLSS trabalha de forma diferente. Ele usa a imagem em ‘baixa qualidade” que vai ser renderizada e informações de vetores de movimento do jogo para treinar o algoritmo. O motor do DLSS pega a imagem, amplia, corrige as bordas (serrilhados) e gera a imagem em 4K, por exemplo. Essa é comparada com uma imagem que já foi gerada de forma offline em 16K, ou seja, quatro vezes maior e melhor.

Por meio dessa comparação, o aprendizado de máquina entra em ação. Ele começa a comparar pixel por pixel da imagem 4K com a imagem de 16K, e toda a diferença é passada para a rede de aprendizado, que refaz todo o processo até chegar ao resultado esperado.

Processo de aprendizado da máquina do DLSS 2.0. (Foto: Divulgação/NVIDIA)

O ponto principal do que foi citado acima é que a empresa tinha que treinar “manualmente” a tecnologia para ela aprender. Enquanto isso, no DLSS de segunda geração, o aprendizado de máquina faz isso. A rede neural vai cuidar de tudo e o recurso vai funcionar automaticamente para todos os jogos, o que facilita a implementação pelos desenvolvedores, conforme citado pela própria NVIDIA.  

O DLSS 2.0 usa aprendizado de máquina e IA para melhorar a imagem. (Foto: Reprodução/Youtube/NVIDIA)

Os modos de qualidade de imagem do DLSS 2.0

O DLSS 2.0 oferece três modos de uso para o jogador: qualidade, equilibrado e desempenho. Eles servem para o usuário priorizar o que vai querer em cada jogo, se é uma imagem melhor e com mais detalhes, mais performance ou uma combinação dos dois, com um bom desempenho e boa qualidade final de imagem, mas sem chegar ao máximo de ambos.

Na prática, isso muda na hora de renderizar a imagem, pois o recurso conseguirá fazer a renderização em um quarto, um terço ou metade do tamanho da imagem. Por exemplo, caso seja escolhida a primeira opção,  uma imagem em 4K será renderizada em Full HD e depois ampliada para a sua resolução original pela tecnologia.

Modos de uso do DLSS 2.0. (Foto: Reprodução/Youtube/NVIDIA)

Testes do DLSS 2.0 em jogos

Após tanta teoria e explicações, vamos para o que o povo quer ver: os testes práticos! É claro que o resultado não é perfeito, mas diferente da primeira versão da tecnologia, agora as imagens geradas possuem qualidade comparável a resolução final, e o ganho de FPS é bem impressionante em muitos dos casos.

O jogo Control foi um dos alvos de testes da NVIDIA e chegou a ter uma melhora de performance de 76% em testes nas resoluções 1920 x 1080 e 2560 x 1440 pixels, isso no modo “qualidade”. Nos testes em resolução 4K, o jogo chegou a subir de 25.8 de FPS para 69.2 FPS na RTX 2080 Ti, a placa mais potente da fabricante atualmente.

Diferença de desempenho do Control rodando em 4K com e sem o DLSS 2.0. (Foto: Divulgação/NVIDIA)‌‌

Veja um vídeo do jogo rodando com o DLSS 2.0:

O jogo Deliver Us The Moon também foi uma “cobaia” dos testes, e novamente o resultado impressiona, principalmente pelo ganho em qualidade de imagem. Nestes testes a NVIDIA usou o modo “qualidade”, e ainda obteve um ganho de 60% de desempenho nas resoluções 1920 x 1080 e 2560 x 1440 pixels.

Ganho que o Deliver Us The Moon teve na resolução Full HD. (Foto: Divulgação/NVIDIA)

A melhora em detalhes das imagens é nítida, como no caso abaixo em que alguns textos do computador começam a aparecer na imagem com DLSS 2.0 ligado.

Detalhes na tela que apareceram com o uso do DLSS 2.0. (Foto: Divulgação/NVIDIA)

Também foram feitos testes na resolução 4K, porém com o modo “Performance”, e o resultado foi excelente. Todas as placas mais que dobraram seu desempenho com os jogos rodando nesta resolução. A RTX 2080 Ti, por exemplo, teve um saldo de 32.1 FPS para 72.7 FPS.

Diferença de performance do Deliver Us The Moon em 4K com e sem o DLSS 2.0. (Foto: Divulgação/NVIDIA)

Veja o vídeo do Deliver Us The Moon rodando com o DLSS 2.0 abaixo.

Você também pode ver vídeos de testes que a NVIDIA realizou no MechWarrior 5 e Wolfenstein: Youngblood. Se quiser ver os relatórios completos dos testes em cada resolução, basta acessar este artigo da NVIDIA.

O futuro da tecnologia DLSS

O DLSS 2.0 deu um grande salto em relação ao desempenho e qualidade, e isso abre caminho para que os jogadores possam aproveitar tudo o que os jogos tem a oferecer com boa performance. Com o avanço da tecnologia, os jogos vão ficando cada vez mais pesados, por isso conseguir rodá-los com toda a sua beleza gráfica ainda é uma tarefa difícil, mesmo para aqueles que possuem um computador bem potente.

A empresa fez questão de ressaltar que a rede DLSS continuará crescendo e melhorando com o tempo, então assim como tivemos um grande avanço da primeira para a segunda geração, podemos esperar uma melhora significativa nas próximas versões. Por enquanto, o DLSS 2.0 só está disponível para quem faz parte do programa de desenvolvimento da NVIDIA.

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