Logo Buscapé
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O LG G8X ThinQ é um smartphone da LG que traz a tecnologia de duas telas. Diferentemente do que é visto em aparelhos como o Galaxy Fold, da Samsung, e celulares com tela dobrável, o segundo display do G8X é opcional e funciona a partir de um acessório externo que já vem dentro da caixa. A ficha técnica conta com um processador poderoso e um kit de duas câmeras de qualidade, mas o preço sugerido no Brasil de R$ 6 mil não é muito convidativo.

Lançado no final de 2019, o aparelho busca atingir diversos públicos, desde usuários que usam as duas telas para aumentar a produtividade até gamers, já que é possível utilizar um aplicativo da própria LG para emular controles no segundo display. A ideia é usar o recurso para melhorar a jogabilidade em games como Fortnite, Call of Duty Mobile e Asphalt 9, por exemplo.

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O G8X foi emprestado ao Buscapé pela LG por cerca de 30 dias para testes. Na análise, focamos na performance em jogos e nas possibilidades de uso com as duas telas. O resultado você confere no review completo, nas linhas a seguir.

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Resumo da avaliação

Veja as notas que o LG G8X ThinQ obteve em nossa análise prática

Prós:

  • Tecnologia inédita;
  • Processador Snapdragon 855 de alto desempenho;
  • Segunda tela auxilia em produtividade;
  • Telas OLED com resolução alta.

Contras:

  • Preço elevado;
  • Aparelho grande e pesado quando está com segunda tela;
  • Bateria dura pouco com duas telas;
  • Segunda tela não é muito útil em games.

Design e tela

Sem a capinha, pouca inovação; com a capinha, o smartphone fica muito grande e pesado

Em termos de design e construção, o G8X não impressiona. Sem o acessório da segunda tela, o aparelho é parecido com o LG G8S e também não é muito diferente da maioria das smartphones do mercado atualmente. Na parte da frente há a tela com bordas finas e notch em formato de gota. Já na traseira, que é em vidro, ficam as duas câmeras e o flash. Não há mistério, mas também não existe inovação. Se você gosta de um visual mais usual, isso não será um problema.

A pegada do G8X não é a das melhores. A traseira de vidro faz uma curva leve nas bordas do aparelho, o que torna o celular bastante escorregadio e difícil de usar, principalmente se você gosta de digitar com apenas uma mão. Em superfícies mais lisas o celular também não fica muito estável e pode escorregar com facilidade.

Traseira com vidro curvo do LG G8X faz com que a pegada do smartphone não seja das melhores. (Foto: Murilo Tunholi/Buscapé)

Com o segundo display em uso, o smartphone ganha uma cara totalmente diferente. Ele fica maior e bem mais pesado, mas a resistência e segurança também aumentam. A traseira se torna reta e ganha uma textura áspera que aumenta a aderência. Contudo, é bastante desconfortável segurar o G8X com uma mão quanto a segunda tela está equipada, já que ele fica muito grande e pesado. Em tempos de celulares cada vez mais minimalistas, essa é uma bola fora.

A capa que reveste o aparelho dobra até 360 graus e é feita em plástico bem resistente e rígido. Quando fechado, o G8X ganha uma tela frontal de vidro que mostra o relógio e notificações. Essa parte da frente é espelhada e acumula muita poeira e marcas de dedo, por isso é importante sempre andar com um paninho de microfibra para limpar tudo e deixar o celular com cara de novo.

Por mais que a capa seja feita de plástico resistente, o corte para as câmeras na parte de trás é muito maior do que o necessário, o que deixa uma área grande do smartphone sem proteção. A ideia da LG era deixar tanto as lentes quanto a logo com o nome do celular aparentes. O problema é que essa região fica exposta a arranhões e possíveis impactos.

A capinha do LG G8X deixa o celular grande e pesado. (Foto: Murilo Tunholi/Buscapé)

A capinha também causa um outro problema que incomoda bastante: ela tampa a entrada USB-C do aparelho. Há uma entrada de energia na parte de baixo da capa, mas é preciso comprar um adaptador separadamente para usar. Se você quiser carregar o G8X somente com os cabos que vêm na caixa, será preciso desmontar ele da segunda tela sempre que a bateria acabar. Esse é um ponto negativo para quem usa carregadores portáteis, já que será preciso andar com ainda mais cabos e adaptadores na mochila.

Os dois displays são OLED de alta resolução

A tela principal do LG G8X é de alta qualidade. Com contraste e brilho altos, o display tem 6,4 polegadas, tecnologia OLED (que gasta menos energia) e resolução Full HD+ (2340 x 1080 pixels). Esse display é excelente para assistir a conteúdos e jogar até mesmo em situações em que há muita luz no ambiente. O sensor de impressões digitais se encontra embaixo do vidro.

A tela secundária também tem qualidade bastante alta, mas apresenta alterações leves na temperatura da cor quando comparada ao display principal. Essa diferença é mais visível em cores claras, principalmente no branco. No dia a dia, contudo, isso não deve ser um problema.

LG G8X ThinQ tem duas telas Full HD+ com tecnologia OLED. (Foto: Murilo Tunholi/Buscapé)

No quesito software, é possível usar qualquer aplicativo em cada uma das duas telas. Para mudar a posição, é só arrastar a janela com os dedos entre os displays. Porém, apenas aplicativos nativos da LG, como a galeria de fotos, podem ser usados nos dois painéis ao mesmo tempo, em um sistema de tela dividida. Ainda é possível abrir o YouTube em uma tela e uma rede social na outra.

Desempenho e bateria

Snapdragon 8150 para aguentar qualquer tarefa e 4000 mAh de autonomia

Equipado com o Snapdragon 8150 de oito núcleos, o LG G8X não vai ter problema ao rodar qualquer aplicativo ou jogo mais pesado. Aliado aos 6 GB de memória RAM, o chip aguenta diversas atividades em multitarefa e deve demorar para apresentar qualquer lentidão. Nos testes, o celular só esquentou um pouco durante a jogatina de Fortnite, mas fora essa situação ele se manteve com as temperaturas estáveis.

Já a bateria de 4.000 mAh é capaz de durar um dia inteiro. Contudo, quando a segunda tela está em uso essa autonomia diminui bastante, já que são dois displays OLED consumindo energia ao mesmo tempo. Se você precisa passar muito tempo longe do carregador, é recomendado usar menos o painel secundário.

Jogos e Produtividade

LG GamePad ajuda, mas ainda não é ideal

Durante o período de testes, rodamos diversos jogos para verificar a usabilidade do LG GamePad. O aplicativo emula um controle virtual em uma das telas que pode ser usado como joystick em alguns games. A ideia é boa na teoria, mas na prática os resultados não foram muito melhores do que usar os comandos nativos dos jogos.

Como o LG GamePad emula um joystick, ele só vai funcionar em jogos que aceitam controles externos. Isso significa que se você quiser jogar Free Fire ou PUBG Mobile com o joystick virtual, por exemplo, não será possível, pois esses games Battle Royale não aceitam qualquer acessório externo até o momento.

Em testes no Fortnite, Call of Duty Mobile e Asphalt 9, a situação é outra e os jogos reconhecem o LG GamePad sem problemas. O problema aqui fica na precisão e sensibilidade dos controles, que não melhora a experiência nos games. Por ainda ser uma tela de toque, não há qualquer tipo de retorno tátil quando você toca nos botões os analógicos. É possível ativar somente uma vibração para indicar quando alguma coisa foi clicada, mas ainda não é o ideal.

Controle de corrida é recomendado para jogar Asphalt 9. (Foto: Murilo Tunholi/Buscapé)

Usar as duas telas também faz com que a bateria de 4.000 mAh descarregue a ponto de durar menos de seis horas de jogatina. O tempo parece alto quando colocado dessa forma, mas é preciso considerar que o celular pode ser usado para outras atividades, o que diminui ainda mais a autonomia do aparelho. Se você quer passar o dia jogando, vale a pena ficar com o carregador conectado.

Caso você queira a melhor experiência nos games mobile de ação, ainda é recomendado investir em um joystick real, visto que muitos jogos aceitam até os controles de PlayStation 4 (PS4) e Xbox One. A ideia do GamePad é realmente muito interessante e pode ser útil para quem não gosta de jogar com os dedos atrapalhando a visão, mas não vale a pena pagar caro por algo que um acessório muito mais barato pode fazer melhor.

Já no quesito performance nos jogos, o processador Snapdragon 8150 não deixa a desejar nem um pouco. Todos os games rodam com os gráficos no máximo e taxas de quadros por segundo estáveis. O Fortnite, por exemplo, que exige bastante do processamento gráfico do aparelho, se mantém em 30 FPS até mesmo em configurações mais altas.

Com o Snapdragon 8150, o LG G8X roda qualquer jogo. (Foto: Murilo Tunholi/Buscapé)

Tela secundária permite abrir dois aplicativos ao mesmo tempo

As duas telas do LG G8X também têm forte apelo para a produtividade. É possível abrir o navegador em um lado e um editor de texto no outro para escrever anotações em tempo real, por exemplo. O recurso também é bastante útil para fotógrafos, já que o aplicativo nativo de fotos do smartphone permite visualizar a foto feita em uma tela enquanto a câmera permanece ativa no outro display.

Segunda tela do LG G8X permite novas possibilidades para produtividade. (Foto: Murilo Tunholi/Buscapé)

A tela secundária também pode ser usada como um teclado virtual, no melhor estilo dos Palmtops dos anos 90. Contudo, só é possível fazer isso com o teclado nativo da LG, o que pode ser um ponto negativo para quem prefere usar o Swift Key ou o G-board.

A maior usabilidade no dia a dia deve ser a reprodução de conteúdos em vídeo em uma tela enquanto acessa redes sociais na outra. É uma tecnologia interessante e realmente mais barata do que os celulares dobráveis, mas ainda é um investimento bastante significativo, ainda mais considerando o preço de lançamento de R$ 6 mil no Brasil.

Câmeras

Boas câmeras, mas não as melhores do mercado

O LG G8X ThinQ tem uma câmera dupla traseira, e o conjunto não é tão bom quanto o kit dos celulares top de linha concorrentes, como Galaxy S10 Plus e o iPhone 11, mas entrega boas fotos em ambientes mais iluminados. Em lugares mais escuros, porém, as fotos saem bastante granuladas e com problemas no foco.

Os sensores têm 12 e 13 megapixels. A lente ultra-wide faz fotos com ângulo bem aberto, mas as imagens saem com bastante deformação e cores menos vivas.

Foto com a câmera normal do LG G8X à esquerda e foto com a lente ultrawide à direita. (Foto: Murilo Tunholi/Buscapé)

As gravações são em até 4K a 60 quadros por segundo e o celular tem estabilização eletrônica para evitar trepidações indesejadas, mas ela é menos eficiente do que a estabilização óptica de modelos concorrentes.

Selfie feita com o LG G8X ThinQ. (Foto: Murilo Tunholi/Buscapé)

Para selfies, são 32 megapixels com abertura de lente f/1.9. É uma boa câmera, mas que também não se destaca frente à concorrência e, certamente, não vale o preço. Se você procura um celular com câmera excelentes e ainda mais barato que o LG G8X, vale a pena buscar um iPhone 11 ou até mesmo um iPhone 11 Pro.

Veredito

Vale a pena comprar o LG G8X com duas telas?

Em resumo, se você é um usuário que busca um celular para o dia a dia, não vale a pena investir R$ 6 mil em um recurso que pode não ser tão útil para você. Se você busca um smartphone potente e com boa bateria, há opções mais baratas e até mesmo mais poderosas, como o iPhone 11 ou o Samsung Galaxy S20. Para os gamers que precisam do melhor desempenho nos jogos mobile, é mais recomendado investir em um joystick externo.

Como dito anteriormente, a ideia da segunda tela do G8X é boa na teoria, mas na prática só deve ser útil para entusiastas de tecnologias inéditas.

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