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Vale a pena comprar o Moto G8 Plus? O celular da Motorola chegou ao Brasil em outubro de 2019, com preço de lançamento de R$ 1.699, mas já é encontrado por ofertas na casa dos R$ 1,1 mil no comércio eletrônico. Entre os destaques do smartphone, estão recursos testados previamente na linha MotorolaOne, como a câmera de ação ultra-wide, o design reformulado e opções de cores chamativas. A bateria também promete agradar o consumidor que passa muito tempo fora de casa, já que são 4.000 mAh de capacidade.

Mas essas são apenas as informações cruas de ficha técnica, que parecem animadoras no papel. Para saber se, na prática, o Moto G8 Plus é bom mesmo, testei desempenho, câmeras, duração da bateria e muitos outros detalhes por cerca de 30 dias. O resultado você confere no review completo a seguir.

Leia também: Review Motorola One Zoom: testamos câmeras, desempenho e bateria

Prós:

  • Câmera de ação ultra-wide
  • Visual elegante
  • Bateria de longa duração
  • Carregamento rápido (15 W)

Contras:

  • Tela LCD
  • Sai de fábrica com Android 9
  • Foco a laser pouco eficiente
  • Pós-processamento das câmeras deixa a desejar

Design

Visual renovado e cores atrativas

A Motorola acertou ao renovar o visual da linha Moto G ainda em 2019. Isso porque basicamente toda a concorrência já tinha optado pelo design que lembra os smartphones chineses, como os da Xiaomi, e o anel que circula a câmera do Moto G7 não era exatamente um detalhe amado pelo público da marca.

Com construção mais elegante e sóbria, o Moto G8 Plus volta a ser uma opção para quem busca celulares de baixo custo que passem a ideia de um aparelho premium. O telefone é vendido nas cores cereja (vermelho) e azul safira, com acabamento em plástico que imita vidro.

Saída para áudio e porta USB-C do Moto G8 Plus. (Imagem: Ana Marques/Buscapé)

O leitor de digitais está posicionado na traseira do smartphone, sob o logo da Motorola e ao lado do conjunto de câmera tripla que fica na vertical. Pode parecer que se trata de quatro lentes, mas um dos círculos é apenas para foco a laser.

Na parte inferior, o Moto G8 Plus traz uma saída para áudio e uma porta USB-C para carregamento. A saída P2 (3,5 mm) para fones de ouvido fica em cima. Não há botões na lateral esquerda, as teclas para volume e “Liga/Desliga” ficam na direita. A caixa traz carregador TurboPower de 15 W, capa de silicone transparente e fones de ouvido.

Tela

Tecnologia fica atrás da concorrência, mas tem notch discreto

A fabricante insiste na tela IPS LCD, enquanto há modelos na mesma faixa de preço (e até mais baratos) com displays Super AMOLED (vide Galaxy A30). O grande incômodo fica por conta dos tons acinzentados, em vez de um preto mais profundo. Isso atrapalha na hora de ver filmes, deixando as cores mais lavadas, com contrastes menos intensos.

O brilho do painel também não é dos melhores, o que é percebido especialmente sob a luz do sol. Por fim, esse tipo de tela acaba consumindo mais energia, o que não chega a ser um problema para este modelo, mas poderia significar um incremento na autonomia.

Moto G8 Plus tem tela IPS LCD. (Imagem: Ana Marques/Buscapé)

Não chega a ser uma tela ruim: a resolução é Full HD+ (2280 x 1080 pixels), ela tem 6,3 polegadas, há um notch em formato de gota (menos discreto do que é visto nos recém-lançados Moto G8 e Moto G8 Power) e as bordas são finas o suficiente para seguir o padrão do mercado. O formato poderia seguir o padrão 21:9 para se encaixar melhor nas mãos, como o One Vision. Mas isso não acontece: o Moto G8 Plus tem display 19:9.

Câmeras

"Onde o calo aperta"

O Moto G8 Plus tinha tudo para ser um ótimo celular intermediário e surpreender em fotos, como o Motorola One Vision fez no início do ano passado. Mas algo deu errado no caminho. Apesar de, no papel, o smartphone ter as mesmas especificações de câmera do Vision e a mesma lente ultra-wide para vídeos do One Action, o pós-processamento deixa bastante a desejar, especialmente em selfies, o que acaba entregando resultados inferiores.

Foto feita com a câmera traseira do Moto G8 Plus. Pós-processamento melhorou cores do céu, evitando superexposição. (Imagem: Ana Marques/Buscapé)
Foto tirada com a câmera traseira do Moto G8 Plus. Árvores ao fundo deixam a desejar em detalhes. Céu ficou superexposto. (Imagem: Ana Marques/Buscapé)
Foto tirada com a câmera traseira do Moto G8 Plus. (Imagem: Ana Marques/Buscapé)
Foto tirada com objeto muito próximo evidencia dificuldade para foco. (Imagem: Ana Marques/Buscapé)
Selfie com Moto G8 Plus e HDR ativado. (Imagem: Ana Marques/Buscapé)

Não é difícil obter imagens pouco nítidas com a câmera traseira, e isso fica pior quando a luz foge das condições ideais, apesar de existir um sensor de foco a laser. O Night Vision (modo noturno) é uma boa ajuda em fotos noturnas, mas você precisa escolher bem os cenários e, de preferência, ter um tripé para evitar borrões.

Foto tirada no escuro sem modo noturno, à esquerda, e com modo noturno, ou Night Vision, à direita. (Imagem: Ana Marques/Buscapé)
Selfie tirada com o modo noturno do Moto G8 Plus (Crédito: Ana Marques / Buscapé)

A câmera ultra-wide serve apenas para vídeos. Ela permite gravar na horizontal, mesmo quando se está com o celular “em pé”, na vertical. É algo que certamente irá agradar a um nicho mais específico, como fãs de esportes radicais, que gostam de registrar cenas com bastante movimento. Para mim, ele não tem tanta relevância, e eu senti falta de uma lente ultra-wide para fotografar paisagens (existe no “baratinho” Moto G8 Play).

Por outro lado, o Modo Retrato, feito com auxilio de um sensor de 5 MP para profundidade, é satisfatório para o segmento, entregando bons recortes.

Foto superexposta feita com a câmera frontal do Moto G8 Plus (esq.) / Selfie com Modo retrato em ambiente muito iluminado (dir.). (Imagem: Ana Marques/Buscapé)
Selfies sem Modo Retrato, à esquerda, e com Modo Retrato, à direita, feitas em dia nublado, com baixa intensidade de luz solar. (Imagem: Ana Marques/Buscapé) 
Selfie feita com Moto G8 Plus em local pouco iluminado. (Imagem: Ana Marques/Buscapé)

No geral, eu esperava bem mais das câmera, afinal, estamos falando da versão mais avançada da popular linha Moto G. Os resultados são dignos de uma versão convencional, e são um pouco imprevisíveis (em alguns momentos ficam bacanas… Mas em outros, o software acaba com toda a alegria do usuário).

Desempenho

Processador Snapdragon 665 garante boa performance

O processador do Moto G8 Plus é o Snapdragon 665, um chip intermediário da Qualcomm que dá conta dos aplicativos comuns do dia a dia, como os de redes sociais, mensageiros e serviços de streaming. Eu não presenciei nenhum fechamento repentino ou engasgos durante os testes, o que indica que a memória RAM de 4 GB foi o suficiente para conferir fluidez no uso cotidiano.

Para jogos, o Moto G8 Plus exige um uso menos intenso, sendo pouco recomendado para games muito pesados, mas consegue rodar títulos famosos como PUBG Mobile e Free Fire sem grandes problemas.

Moto G8 Plus tem 64 GB de armazenamento interno. (Imagem: Ana Marques/Buscapé)

O armazenamento poderia ser melhor. Muitos celulares do segmento intermediários já trazem 128 GB de memória interna, mas o Moto G8 Plus ficou com 64 GB – o que não chega a ser pouco para o usuário comum, mas pode ser um problema para quem costuma baixar muitos apps pesados ou gravar muitos vídeos.

De qualquer modo, é possível expandir esse espaço com microSD de até 512 GB (vendido à parte).

Sistema Operacional

Android ultrapassado, e nada de "One"

O Moto G8 Plus chegou ao mercado com Android 9 Pie, apresentado pelo Google em 2018. Tudo bem, muitos smartphones de 2019 saem de fábrica com essa versão do sistema. No entanto, não há garantia da marca para atualizações de, no mínimo, duas gerações, como nos modelos com Android One.

Desse modo, é possível que o Moto G8 Plus não chegue a receber o Android 11, que deve ser lançado em 2020, sendo limitado aos recursos do Android 10.

Vale lembrar que a interface adotada pela fabricante tem poucas modificações feitas pela Motorola – dentre elas as Moto Ações, um conjunto de atalhos para facilitar as funções do dia a dia, como abertura do app de câmera e ativação da lanterna com apenas alguns movimentos de pulso.

Bateria

Autonomia para mais de um dia longe das tomadas

O Moto G8 Plus tem capacidade para 4.000 mAh, o que está de acordo com outros modelos na faixa dos R$ 1 mil a R$ 1,5 mil reais. Apesar de ter uma tela menos econômica do que a do Galaxy A50, por exemplo, ele entrega autonomia de bateria parecida. Com uso moderado de redes sociais e mensageiros, é possível ficar até mais de um dia longe das tomadas.

Nos testes de streaming de vídeo e música, foi possível assistir a duas horas e meia de The Witcher na Netflix, com a tela no brilho máximo, além de escutar a playlist “Pop Acústico” do Spotify por mais duas horas. Combinando com o uso de Twitter, Facebook, Instagram e WhatsApp, terminei o dia com 37% de bateria. Ponto para a Moto!

O carregamento rápido rendeu 25% (partindo do zero) em apenas 15 minutos. A carga completa foi atingida em cerca de 01 hora e 30 minutos – não chega a ser ultra-rápido como o Motorola One Hyper, mas é satisfatório.

Preço e custo-benefício

Descubra se vale a pena comprar o Moto G8 Plus

Com ficha técnica interessante, o Moto G8 Plus promete ser um dos melhores celulares intermediários do mercado, mas acaba pecando em pontos-chave, como na qualidade das fotos e na tela. Para quem não liga para esses pontos, vale investir pouco mais de R$ 1 mil nesse smartphone que entrega boa autonomia de bateria, design elegante e bom desempenho.

Entretanto, se câmeras e tela fazem a diferença no seu dia a dia, existem opções melhores no mercado – inclusive da própria Motorola – por preços bem semelhantes. É o caso do Motorola One Vision, que ainda traz Android One e garantia de atualização para o Android 11. Você também pode olhar produtos de outras marcas, como o Samsung Galaxy A50 e o Xiaomi Redmi Note 8.

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