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A Festa do Século - Nova Ortografia - Ammaniti, Niccolo - 9788528615425

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Ficha técnica

Informações Básicas

ISBN9788528615425
ISBN-108528615421
TítuloA Festa do Século - Nova Ortografia
AutorAmmaniti, Niccolo
EditoraBERTRAND BRASIL
GêneroLiteratura EstrangeiraRomance

Descrição

O menor preço encontrado no Brasil para A Festa do Século - Nova Ortografia - Ammaniti, Niccolo - 9788528615425 atualmente é R$ 12,90.

Avaliação dos usuários

2.3

2 avaliações

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Pequenos Pecados Italianos

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O autor italiano Niccolò Ammaniti é considerado por muitos como o maior expoente literário de sua geração. Suas obras são permeadas por sentidos diversos que se desenrolam paralelamente, como cenários distintos de uma mesma história. Fatos são observados e contados sob o ponto de vista de diferentes personagens, em terceira pessoa, com um narrador cúmplice dos anseios, dos sofrimentos e das esperanças, um estilo bem delineado em “Como Deus Manda”, livro que valeu a Ammaniti o Prêmio Strega, o mais importante da Itália. “A Festa do Século” segue essa premissa. No entanto, o autor foi além. A ideia era passar a limpo o reflexo da sociedade italiana, com seus pequenos pecados, suas idiossincrasias, seus defeitos mais mundanos. O resultado é uma história permeada por uma ironia constante, por um sarcasmo irrefreável, por críticas ácidas aos valores mais prezados por aqueles lados. É isso que torna “A Festa do Século” interessante ao leitor brasileiro. Apesar de Ammaniti referir-se à Itália, em certos momentos é como se estivesse descrevendo o Brasil, ou qualquer outro país onde a imagem de qualquer pessoa tem muito mais valor do que seu conteúdo. O enredo do livro se divide em dois. De um lado temos um grupo de trabalhadores assalariados que se unem para formar um grupo satanista. Do outro, somos apresentados a Fabrizio Ciba, um famoso escritor que busca a própria reafirmação. O grupo santanista, chamado “As Bestas de Abbadon” é liderado por Saverio Moneta e pretende realizar uma façanha inigualável: sacrificar a popstar Larita em uma festa gigantesca que acontecerá em Roma. Em um local chamado Villa Ada, o milionário Sasà Chiati, seu proprietário, decidiu reunir a nata dos VIPs da Itália para comemorar a alegria de viver no melhor estilo Silvio Berlusconi. Apresentadores de TV, jogadores de futebol, políticos, ex-misses, artistas e magnatas se juntam para passar o dia entre safaris, jantares suntuosos e espetáculos de música. Naturalmente, Fabrizio Ciba também é convidado e, contra todos os prognósticos, acaba se apaixonando pela cantora Larita. Ammaniti é mestre em conduzir o leitor nessas linhas convergentes. Por improvável que pareça, permite entender os motivos da busca das Bestas de Abbadon, demonstrando as fraquezas, os defeitos e as muitas trapalhadas de seus integrantes, o que rende ao leitor bons momentos de riso. Quanto a Ciba, torna o leitor cúmplice de seus anseios. É impossível não se identificar com as fraquezas e (por vezes) a falta de escrúpulos do escritor, especialmente por conta das tiradas muito inspiradas. Essa humanidade – em que ninguém é totalmente bom ou mau – é o que faz os personagens realmente interessantes, uma característica bastante peculiar do autor. Pois bem, no momento em que tudo leva a crer que os destinos de Ciba, de Larita e das Bestas de Abbadon irão se encontrar, Ammaniti subverte a história sem dó nem piedade. É quando a festa realmente começa. Elementos fantásticos e impossíveis ganham vida, produzindo um nó na narrativa, levando o leitor a um turbilhão em alta velocidade. Não dá para parar de ler. Contudo, embora Ammaniti tenha obtido êxito em suas críticas, por meio de uma histórica louca, à Fellini, não creio que o efeito, para o leitor seja dos mais relevantes. Não é novidade a inversão de valores que caracteriza a maioria dos países do ocidente. Falar disso, ainda que de maneira criativa e altamente irônica, não chega a ser uma novidade e, para ser franco, a sensação que tive ao chegar ao fim do livro foi de um vazio incômodo. Até o surgimento dos elementos fantasiosos, a narrativa segue o rumo de tensão que se vê em “Como Deus Manda”. Mas a partir daí, parece que a real intenção do autor – de criticar sem dó os valores da classe média – se sobrepõe de maneira sufocante a todo o enredo que até então era construído. O resultado é que o fantástico abafa tudo, mudando completamente o rumo dos personagens. Tudo acaba de modo abrupto, corrido, como se o autor nos dissesse que nada do que fora antes relatado – em termos de história – tivesse importância. Fica a mensagem panfletária de que somos fruto de uma cultura de massa rasa e insossa. Talvez alguns aplaudam esse “dedo na cara”, mas como entretenimento, pelo menos para mim, “A Festa do Século” passa muito longe das demais obras de Ammaniti.

Gustavo

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