Cem Anos de Solidão e Netflix: saiba mais sobre o clássico que vai virar série
O mundo literário e cinematográfico recebeu uma grande notícia no dia 06 de março de 2019: o livro Cem Anos de Solidão , de Gabriel García Márquez , vai virar série numa produção original da Netflix. Há anos muitas tentativas já tinham sido feitas para convencer o autor — e depois de sua morte, em 2014, sua família — a vender os direitos de adaptação da obra, mas só ag
O mundo literário e cinematográfico recebeu uma grande notícia no dia 06 de março de 2019: o livro Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, vai virar série numa produção original da Netflix. Há anos muitas tentativas já tinham sido feitas para convencer o autor — e depois de sua morte, em 2014, sua família — a vender os direitos de adaptação da obra, mas só agora isso de fato aconteceu.
O escritor colombiano sempre tinha rejeitado a ideia de uma adaptação para as telonas (ou telinhas) de um de seus mais celebrados livros. García Márquez dizia que não conseguia imaginar um filme que fizesse justiça a toda a complexidade da história e também tinha medo de que isso acabasse limitando a imaginação dos leitores.
Porém, o que o autor não imaginava é que agora, em 2019, a situação fosse outra: com o sucesso que as séries têm feito, a Netflix poderá desenvolver melhor a história do que se ela virasse um filme de duas horas, por exemplo. Alguns outros fatores foram essenciais para que a ideia decolasse: para manter o caráter latino-americano que é fundamental no texto a adaptação será em espanhol (como a Netflix fez com Narcos e Roma), usando talentos latino-americanos e, em sua maioria, será gravada na Colômbia.
Para completar, os filhos do escritor, Rodrigo e Gonzalo García, serão produtores executivos do projeto. Rodrigo, aliás, trabalha há mais de 18 anos no mercado de audiovisual e já atuou como roteirista, diretor e produtor de séries e filmes de curta-metragem. Nada como ter os próprios filhos do escritor trabalhando nesse programa para garantir que ele permaneça fiel ao livro, né?
Cem Anos de Solidão, uma das obras mais importantes da literatura latino-americana
O livro foi publicado pela primeira vez em 1967 e é um marco da literatura mundial: já foram vendidos milhões de exemplares pelo mundo nos mais de trinta idiomas nos quais foi traduzido. Ele também foi importantíssimo para o reconhecimento da literatura latino-americana a partir da década de 1970 e contribuiu para que García Márquez recebesse em 1982 o Prêmio Nobel de Literatura.
A história se passa em Macondo, cidade fictícia que muitos acreditam ser inspirada em Aracataca, onde o escritor nasceu e foi criado. Os fundadores de Macondo são José Arcadio Buendía e Úrsula Iguara e a trama gira em torno de várias gerações da família Buendía, acompanhando também a trajetória do vilarejo. O enredo pode ser interpretado como uma metáfora das condições sócio-políticas da América Latina ao longo do tempo retratado. O desafio da Netflix de adaptar esse famoso livro aumenta ainda com a complicada árvore genealógica da família, a grande quantidade de personagens e o fato de que alguns deles têm até o mesmo nome. O jeito é torcer e esperar para que o resultado final faça jus ao livro!
No Brasil, existem no momento tem três edições: uma com a capa normal, uma com a capa flexível e a mais recente é a comemorativa dos 50 da primeira publicação, em capa dura.
Gabriel García Márquez, ou Gabo, para os mais íntimos
Gabriel José García Márquez nasceu na Colômbia, em 1927 e, além de escritor, foi conhecido também como jornalista. É considerado um dos autores mais importantes do século XX e um dos de língua espanhola mais lidos no mundo. Entre suas obras mais importantes estão Cem Anos de Solidão, O Amor nos Tempos do Cólera (adaptado para o cinema em 2007, contou com Javier Bardem no elenco), Crônica de uma Morte Anunciada e Relato de um Náufrago, entre outros. Foi um dos principais nomes do chamado “realismo mágico latino-americano”.
Conhecido pelo apelido carinhoso de Gabo ou até Gabito, o escritor faleceu em 2014. Entre os fãs do autor que lamentaram a perda estava o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
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