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Filósofa, feminista, negra, acadêmica e brasileira, Djamila Ribeiro é um dos principais nomes do feminismo da atualidade.

“Não é possível falar de política, sociedade, arte, sem falar de racismo e sexismo. Falar de questões que foram historicamente tidas como inferiores, falar de mulher, população negra, LGBT é romper com a ilusão de universalidade que exclui.”

Com a obra O que é lugar de fala?, a autora concorreu ao Prêmio Jabuti na categoria Humanidades, com intelectuais renomados no país, como Drauzio Varella, Christian Dunker e Luiz Felipe Pondé.

Quer saber mais sobre Djamila e conhecer seus livros? Vem com a gente!

A vida e o trabalho de Djamila

A tese de mestrado de Djamila foi justamente sobre a teoria feminista, tendo analisado os trabalhos de Simone de Beauvoir e Judith Butler, suas aproximações e distanciamentos. Hoje, atua principalmente com o feminismo e relações raciais e de gênero.

O interesse pela militância, entretanto, não surgiu no ambiente acadêmico. Seu pai, militante e comunista, foi uma de suas maiores influências. Aos 18 anos, já estudava temas relacionados a raça e gênero, além de envolver-se com a Casa da Cultura da Mulher, a qual menciona em seu segundo livro.

A sua forte presença no ambiente digital, por outro lado, não apenas contribuiu para difundir seus ideais dentre o público mais jovem como também ilustra seu próprio discurso quando afirma que a internet deve ser apropriada como uma ferramenta de militância pelas mulheres negras.

Colunista da CartaCapital, Blogueiras Negras e Revista AzMina, escreveu o prefácio do livro Mulheres, Raça e Classe, da filósofa negra e feminista Angela Davis. Em 2016 foi nomeada como secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo.

Participações em outras obras

Muitos não sabem, mas a primeira publicação da filósofa foi em 2016, em uma obra conjunta com outros acadêmicos. Quinto título da coleção Tinta Vermelha, Por que gritamos golpe? agrupa opiniões diversas sobre temas atuais, desde os protestos iniciados em 2012, para entender o impeachment e a crise política no país.

Djamila contribuiu com o artigo Avalanche de retrocessos: uma perspectiva feminista negra sobre o impeachment, em que trouxe o ponto de vista de uma mulher negra e feminista sobre o que ocorreu na política brasileira.

Quem Tem Medo do Feminismo Negro? coloca um ponto final no racismo e no machismo

Seu segundo livro, Quem Tem Medo do Feminismo Negro?, publicado um ano depois, tem ainda mais força. Junto com uma seleção de textos veiculados no blog da revista CartaCapital, incluiu um longo ensaio autobiográfico nunca antes divulgado sobre sua vivência com o machismo e o racismo.

A partir de situações cotidianas para ela como uma mulher negra, destrincha o silenciamento que sofreu enquanto crescia, o empoderamento feminino, a interseccionalidade, os limites da mobilização pelas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro.

Em seu livro, a feminista e filósofa estimula o discurso antirracista com muito didatismo e vai além de nos dizer quem tem medo do feminismo negro ao mostrar que, na verdade, nenhum de nós deveria tê-lo.

Com a crescente necessidade de compreender as políticas sociais e suas contribuições para o país em relação à diversidade, as obras de Djamila Ribeiro, uma das maiores feministas negras da atualidade, tornam-se leitura obrigatória.

O Que é Lugar de Fala? traz uma discussão relevante para os dias de hoje

No ano de 2017, Djamila lançou seu primeiro livro, O Que é Lugar de Fala?. Publicado pela coleção Feminismos Plurais, que busca abordar os diversos temas relacionados ao feminismo de maneira didática e mais acessível.

A obra traz uma discussão pra lá de atual e que gera bastante desentendimento na internet acerca do real significado de lugar de fala. Para a autora, o conceito reforça sua importância ao contribuir com a desestabilização das normas vigentes, rompendo com uma voz única para dar espaço a uma multiplicidade de vozes que antes eram oprimidas.

Com uma linguagem direta, o livro esclarece os sentidos e as finalidades de ter uma conceituação pré-definida do lugar de fala a partir do pensamento de vários autores e feministas negras, traçando um panorama das opressões sofridas principalmente pelas mulheres negras e também pelas mulheres, negros e pessoas LGBT.

Será que podemos simplesmente falar o que quisermos, sobre o que quisermos? Quando fazemos isso, estamos ocupando nosso local de fala ou desrespeitando o de alguém? Só lendo para descobrir!

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