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A Festa Literária Internacional mais aguardada do ano já tem data: ela acontecerá entre os dias 29 de julho e 02 de agosto. Realizada desde 2003 na cidade histórica de Paraty, no Rio de Janeiro, a FLIP promove anualmente conexões culturais entre a literatura, o urbanismo, a arte, a música o cinema e a educação.

Além da programação principal, o evento conta com “casas parceiras”, que são espaços espalhados pela cidade regidos por outras organizações parceiras, como o Barco Flipei (Festa Literária Pirata das Editoras Independentes), Casa da Literatura, Casa dos Povos, Casa Folha, Casa Globo, Casa Insubmissa de Mulheres Negras, Casa Poéticas Negras, Casa PublishNews, Casa Submarino, entre outras.

No ano passado foram 28 casas parceiras, 6 a mais que em 2018. Algumas das novidades em 2019 foram as durações das mesas, estabelecidas num limite de 45 minutos que às vezes eram guiadas por um convidado, além do Flip Slam, competição de poesia falada que animou e emocionou o público jovem e o adulto.

Autora homenageada: Elizabeth Bishop

A homenageada deste ano representa, segundo a organização da Flip, uma nova missão: dar visibilidade à arte brasileira dentro e fora do Brasil, papel que Elizabeth Bishop exerceu muito bem expandindo a literatura brasileira para outros países. Apesar de grande poeta, a escolha gerou polêmica por ser estrangeira, além de questões políticas.

A curadora Fernanda Diamant defendeu a escolha sob a justificativa de que, além de ser considerada uma das maiores poetas do século 20, teve uma história trágica e uma passagem pelo Brasil ambígua entre elogios e críticas. Segundo ela, o tema deve ser debatido durante e depois da Flip sob uma perspectiva histórica, cultural e aprofundada.

Flip 2020: quais são as novidades?

Em 2019 o autor homenageado foi Euclides da Cunha, e uma das pesquisadoras que fizeram parte da Programação Principal foi Walnice Nogueira Galvão, responsável pela edição crítica de Os Sertões. Os autores convidados deste ano ainda não foram confirmados, mas já existem especulações de nomes como a escritora carioca Carmen de Oliveira, autora de Flores Raras e Banalíssimas (1995), que retrata a relação entre a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares e a escritora Elizabeth Bishop, e que mais tarde serviu de inspiração para o filme lançado em 2013 por Bruno Barreto, chamado Flores Raras.

Outro escritor esperado é o romancista americano Michael Sledge, autor de A Arte de Perder (2010), que também retrata a passagem de Bishop pelo Brasil, contando sobre seus conflitos internos e seus relacionamentos.

A programação completa ainda não foi divulgada, mas já sabemos quais foram os livros que mais venderam na edição passada. A escritora e artista portuguesa Grada Kilomba foi a número um de vendas com Memórias da Plantação (2008), uma compilação de episódios e vivências do racismo no cotidiano baseados em conversas com mulheres da diáspora africana.

O pensador indígena Ailton Krenak também está na lista dos best-sellers, com Ideias para Adiar o Fim do Mundo, um compilado de conferências onde o autor aborda temas como a destruição do Rio Doce e uma crítica à ideia de humanidade separada da natureza – a era do Antropoceno.

Conhecendo a autora homenageada na FLIP 2020

Elizabeth Bishop (Massasuchetts, EUA, 1911-1979), considerada uma das maiores poetas do século 20, publicou seu primeiro livro em 1946, North & South que, acrescido de outros poemas (a série A Cold Spring), lhe rendeu o Prêmio Pulitzer em 1956. Em 1951 ela desembarcou em Santos, na expectativa de passar duas semanas em terras brasileiras, o que resultou em quase 20 anos.

Grande parte de sua obra reflete a relação entre a cultura brasileira e sua experiência como estrangeira neste país. Seu relacionamento com a arquiteta e urbanista Lota de Macedo Soares (1910-1967), desenvolvedora do Aterro do Flamengo, foi duradouro e as duas viveram juntas até a morte de Lota, em Nova York.

A obra que a consolidou como importante divulgadora da moderna literatura brasileira na língua inglesa foi An Anthology of Twentieth-Century Brazilian Poetry (1972) – Uma Antologia da Poesia Brasileira do Século 20, em tradução livre. Seu trabalho é publicado no Brasil pela Companhia das Letras. No livro vencedor do prêmio Neustadt em 1976, Uma Arte: As Cartas de Elizabeth Bishop (1995), nos é revelada a maestria da autora em escrever cartas, além de aspectos históricos do Brasil nos anos 50 aos 70 vistos pelo seu olhar. A obra foi publicada 15 anos após sua morte e é um compilado de parte de suas correspondências.

Em Poemas Escolhidos (2012) estão reunidos grande parte dos poemas que ela publicou em vida e alguns póstumos, inéditos em português. Os temas abordados são o tempo, a memória, a natureza e o amor, em uma relação entre forma e conteúdo.

E no volume de Prosa (2014) estão reunidos também contos, memórias, artigos, resenhas e cartas, apresentando um pouco da prosa da escritora. Nessa edição estão inclusive análises que Bishop produziu quando era estudante universitária, sobre a poesia de Gerard Manley Hopkins.

Mais informações

Os eventos são diversos e acontecem de manhã até a madrugada. O único espaço com cobrança de ingresso é o Programa Principal, no Auditório da Matriz, que no ano passado foi vendido pelo valor de R$55,00 a inteira.

Mesmo pagos, os debates são transmitidos com tradução simultânea no Auditório da Praça, na Praça da Matriz. A Flip+, Nosso Programa Educativo, a Praça Aberta e as Casas Parceiras têm acesso livre!

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