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Se você gosta de assuntos polêmicos e leituras desafiadoras, uma autora não pode faltar na sua estante ou na sua lista de presentes: Simone de Beauvoir.

Escritora, filósofa, ativista política e estudiosa dos fenômenos sociais, a intelectual francesa foi uma das primeiras a questionar o lugar ocupado pela mulher na sociedade, pavimentando, assim, o caminho para o feminismo moderno. Se as mulheres do século XXI têm maior poder de escolha foi graças às lutas sociais que o seu pensamento ajudou a fundar.

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Conhecendo a autora

Simone de Beauvoir, a dona da famosa frase “ninguém nasce mulher: torna-se mulher”, nasceu no ano de 1908 em Paris, na França. Nos seus produtivos 78 anos de vida, concebeu uma bibliografia extensa que vai de ensaios a romances, da ficção à autobiografia.

Sua principal obra, O Segundo Sexo, publicado em 1949, foi um escândalo na época, mas suas ideias foram fundamentais para a conquista de direitos das mulheres, como poder ingressar no mercado de trabalho e expressar com mais autonomia a sua sexualidade. O livro foi publicado originalmente em dois volumes, mais de 800 páginas, refletindo sobre a condição feminina e seu conteúdo causou tamanho estardalhaço que chegou a entrar na lista de textos proibidos pelo Vaticano.

A discussão de gênero, porém, não foi a única temática de seu trabalho. Ao lado do seu parceiro, o filósofo Jean-Paul Sartre – com quem levou um relacionamento fora dos padrões por 50 anos -, ela foi um dos expoentes do existencialismo francês, corrente da filosofia que pensa a subjetividade humana.

Agora conheça cinco dicas incríveis de livros da escritora:

Memórias de Uma Moça Bem-Comportada, lembranças de uma jovem que rompia com os padrões

As experiências da autora eram também matéria-prima para o seu trabalho. Uma das quatro autobiografias escritas por Simone de Beauvoir, Memórias de Uma Moça Bem-Comportada, é um mergulho em sua infância e juventude, uma investigação das vivências boas e ruins que ajudaram a construir o indivíduo que ela se tornou.

O desconforto em relação às expectativas que sua família projetava sobre ela, a não-identificação com a educação religiosa, a descoberta da amizade, do amor e do sexo e os desafios de ser uma mulher que preferia ser intelectual a mãe de família são alguns dos dilemas que a francesa recorda neste livro, publicado pela primeira vez em 1958. Questões comuns a muitas mulheres, que na prosa de Beauvoir podem não só enxergar a autora, mas a si próprias.

Convulsão social e crítica política em Os Mandarins

Beauvoir também se fez ouvir através da ficção – e foi reconhecida por isso. Os Mandarins, publicado em 1954, rendeu à pensadora o Prêmio Goncourt, a condecoração mais alta da literatura na França.  

Não era para menos: através do relacionamento dos protagonistas Anne, Henri e Robert, o romance é uma análise potente da classe intelectual francesa no pós-Segunda Guerra, um raio-x dos embates políticos que se configuraram na época. Fenômeno constante nas obras da escritora, o tempo parece não ter passado – apesar de mais de meio século nos separar desse livro - e suas discussões se mantêm atuais.

A Força da Idade, na vida adulta nasce uma Simone livre

“Lancei-me numa aventura imprudente quando comecei a falar de mim: começa-se e não se acaba mais”, a escritora compartilha nas primeiras linhas da sua autobiografia publicada em 1960, A Força da Idade. Depois de recordar sua infância e adolescência, Simone de Beauvoir continua o mergulho em si mesma e investiga a sua chegada na vida adulta e a busca que teve pela liberdade.

Recordando os seus dias entre 1929 e 1944, Simone reflete sobre a maturidade que os anos lhe trouxeram. Ela nos conta sobre uma mulher que está se firmando intelectualmente, que está explorando novas formas de relacionar com o seu parceiro, o filósofo Jean-Paul Sartre, e passando por essas revoluções pessoais junto ao caos sociopolítico provocado pela Segunda Guerra Mundial. Um exercício sugestivo que, de novo, convida as leitoras a pensar sobre o seu próprio amadurecimento.

O Segundo Sexo, 70 anos de um clássico atemporal

É difícil falar de O Segundo Sexo e não fazer a clássica citação: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. Antes de Beauvoir, não havia trabalhos expressivos que questionassem a natureza do feminino e quando a autora faz isso em 1949, há 70 anos, abala as estruturas da comunidade de intelectuais da França.

Após mais de um ano de pesquisa e escrita, a pensadora publica 800 páginas de um material incendiário dividido em dois volumes: Fatos e Mitos e A Experiência Vivida. No primeiro, ela discute “O que é uma mulher?”, já no segundo observa as mulheres do nascimento à velhice, sua sexualidade e os rituais pelos quais elas são submetidas, como casamento e maternidade.

Reflexões importantes para todas as pessoas que se identificam com o gênero feminino.

Saber lidar com a morte em A Cerimônia do Adeus

Um dia, ficaremos diante da morte e Simone de Beauvoir também se dedicou a pensar sobre esse encontro. A perda da mãe ganhou as páginas de Uma Morte Suave em 1964 e o falecimento de Jean-Paul Sartre, com quem dividiu a vida por 50 anos, é o foco em A Cerimônia do Adeus.

O livro, publicado em 1981, reúne um ensaio doloroso em que Beauvoir se desnuda frente ao luto e a transcrição de conversas que o casal teve antes da morte do filósofo. Como muito da obra da intelectual, não é de fácil digestão, mas nos prepara – e ampara - para o inevitável.

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