Clássico da filosofia política moderna
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O livro é divido em duas partes. Na primeira, Paine faz uma defesa da Revolução Francesa e tece uma série de críticas a Edmund Burke. O autor argumenta que a sociedade não pode se submeter à tirania do túmulo, como supostamente propunha Burke, posto que racionalmente cada geração deve escolher seus melhores caminhos políticos não devendo nada ao passado. Em seguida, o autor faz um relato da Revolução Francesa (p. 38ss), e argumenta que os direitos civis se originam em cada sociedade (p. 54ss). Adiante, descreve o desenvolvimento e circunstâncias da Revolução Francesa (p. 79ss). Daí Paine apresenta a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão como resultado de expressão de liberdade humana na Revolução. Por fim, faz várias outras críticas a Burke. Na segunda parte, Paine critica a monarquia. Primeiramente, diz que a sociedade precede o governo. Este, por sua vez, deve ser mínimo e funcionar com base em princípios da sociedade a fim de dar o máximo de liberdade ao indivíduo. Em seguida, Paine argumenta que os governos surgem pela imposição de dado grupo sobre a sociedade, gerando conflitos. A partir disso, o autor distingue os velhos governos (hereditários) dos novos governos (representativos). Os novos governos, segundo o autor, têm o poder delegado para benefício da própria sociedade. Em seguida, trata da importância de um governo constitucional para a liberdade. Por último, diz que os meios para melhorar as condições da sociedade são: livre comércio, superação da aristocracia e coroa inglesas, e várias reformas sociais. Críticas: Paine tem uma forte crença na capacidade humana de estabelecer e alcançar o bem comum. Só que parece bem pouco honesto em mostrar que o racionalismo da Revolução Francesa levou ao Terror, inclusive sendo ele mesmo preso por discordar da execução do Rei francês. Ademais, sua rejeição ao passado tem sérias consequências na produção de instabilidade social e conflitos. Seu texto pode ser classificado como racionalista e libertário. Porém, não é convincente na argumentação de que tal filosofia traz mais liberdade do que aquela defendida por Burke que se baseia no ceticismo à razão humana revolucionária, prudência e reformas gradativas.
Anderson
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