E vamos ao primeiro destruidor de esperanças do meu ano
Recomendo
Em "Não verás país nenhum", Souza é um ex-professor de história que acaba de ser aposentado compulsoriamente de uma função inútil, criada pelo Esquema (como é chamada a estrutura governamental vigente) pra alguns privilegiados que ainda podem contar com um emprego. Depois do trabalho, ele aos poucos começa a perder tudo o que ainda tinha algum valor na sua vida: a saúde, a esposa, a casa, a sanidade e, por fim, o que resta da sua dignidade. O livro denuncia uma longa lista de mazelas causadas pelo descaso das autoridades, como a falta de água, a insegurança alimentar, a corrupção, as fake news, a proliferação das milícias, as industrialização das doenças, a crise climática e o genocídio por omissão. É desgraça do início ao fim, com o “diferencial” de que no fim a desgraça é ainda maior do que no início. Distopia com raspas de realismo mágico, a história foi escrita há mais de 40 anos, mas infelizmente continua atualíssima. Visionária, eu diria. Não recomendo pra quem já tá deprimide com a situação sociopolítica do país… ou sim, se você achar que precisa de mais um tapa na cara pra acordar pra realidade – esta que Loyola previu de forma tão assombrosa!
Maikel
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