Estranho e maravilhoso!
Recomendo
No posfácio de Vilma Arêas e Fábio Dobashi Furuzato, Murilo Rubião é descrito como “solitário e obsessivo criador de estranhezas”. Concordo. Seus contos são algumas das coisas mais criativas e psicodélicas que já li. “Perfeccionista, deixou apenas 33 histórias, que reescreveu interminavelmente, muitas delas traduzidas na Europa e nos Estados Unidos”. * Alguns de seus contos viraram curta-metragens, além de adaptações teatrais. Formado em Direito, trabalhou como jornalista e criou suplementos literários, mas também foi um burocrata: Chefe de Gabinete de Juscelino Kubitscheck quando este era governador de Minas Gerais, Chefe do Escritório de Propaganda e Expansão Comercial do Brasil em Madri, Diretor de Publicações e Divulgação da Imprensa Oficial do Estado, entre outros cargos. Leio Rubião e imagino meus colegas: quantos talentos são disfarçados naquela rotina enfadonha do serviço público! Quanta imaginação, quantos delírios! A narrativa de Murilo Rubião me causou muita estranheza numa primeira leitura, mas conforme prossegui e aceitei toda aquela singularidade mágica e até mesmo bizarra de seus contos, me senti envolvida até exclamar, maravilhada: uau! Alguns deles me lembraram fortemente alguns sonhos meus. Difícil citar contos preferidos, mas “Aglaia” e “Os comensais” achei bem impactantes. Adorei este primeiro contato com o autor e certamente irei atrás dos outros contos dele. (*) Vide “orelha” da edição da Companhia das Letras (2007).
Denise
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