Importante documento histórico com postulados ruins
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Os Elementos da Lei Natural e Política foi escrito em 1640 com duas partes: sobre a natureza humana e sobre o corpo político. Só em 1656, a segunda parte da obra foi publicada, após a publicação do Leviatã (1651). O contexto da escrita dos Elementos foi de conflitos entre o Parlamento e o Rei. Hobbes desenvolve três temas sob uma perspectiva materialista para compreender a ordem do cosmos e a ordenação da sociedade: o corpo natural, a natureza humana e o corpo político. Hobbes apresenta sua visão monista: a realidade é matéria e movimento. A partir de uma visão materialista da natureza, Hobbes vê a realidade do corpo humano ao corpo político como mecânica de causa e efeito. No texto sobre a natureza humana, Hobbes apresenta seu empirismo inglês com os temas de sensação, imaginação, mente, discurso, etc. Ele apresenta sua famosa montagem: direito de autodefesa - estado de guerra - contrato social - leis naturais - corpo político. Toda essa discussão é reapresentada na primeira parte do Leviatã anos depois. Já no texto sobre o corpo político, Hobbes trata da natureza do corpo político e suas leis. Ele fala da relação entre o soberano, as leis civis e as formas de república (democrática, monárquica e aristocrática). Por fim, discute sobre como lidar com controvérsias religiosas mantendo obediência ao soberano. Uma vez mais: toda essa discussão é reapresentada na primeira parte do Leviatã anos depois. Na última parte que trata do corpo, Hobbes discute sobre o que é filosofia e seu objeto, o corpo (tudo que foi gerado e tem propriedades). O corpo político enquanto problema da filosofia política. O método é a relação entre causa e efeito, no corpo se dá enquanto relações mecânicas. Por fim, ele trata da sensação e movimento animal, corpo enquanto problema da filosofia natural. Essa obra de Hobbes serve como documento histórico de suas ideias. Temos um monismo materialista que, na busca de ordem, postulou um corpo político universalista capaz de restringir fortemente a liberdade individual.
Anderson
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