Como conciliar qualidade de vida sem destruir o meu ambiente é uma pergunta que todos devemos fazer. Quando o garoto Bumba e seu pai atravessam o Viaduto da Lagoinha, encontram diversas pessoas dormindo no local. É uma cena lamentável que ainda encontro quando necessito ir ao centro de Belo Horizonte. A atualidade da obra se dá pelo contexto social e ambiental pois a rapacidade da espécie humana ocorre numa escala que o planeta não pode suportar. Um livro indispensável para se trabalhar, junto às crianças e adolescentes, a necessidade de preservação do meio ambiente.
Lisandro
• Via Amazon
Grande beleza literária e ambientalismo precursor
Recomendo
Este livro de 1976 veio logo depois do grande sucesso de “O menino e o pinto do menino”, e nele tornamos a nos encontrar com o menino Bumba e sua família. Vander Piroli, falecido aos 75 anos e m 2006, é de Belo Horizonte, e muito mineiro em sua prosa. Bom para os mineiros, que se reconhecem em seu texto, e também para os demais, que poderão apreciá-lo. Ainda a família, de modo mais amplo, e a relação entre pai e filho. A passagem do tempo, as mudanças, as que se deve aceitar e as que não se deve, são todos temas presentes. E ainda um tema pouco universalizado em 1976, o da degradação do meio ambiente, o que torna este livro de certo modo um precursor. Na história, o pai de Bumba o leva a pescar no mesmo rio onde seu próprio pai o levava, quarenta anos antes. E ler este livro em 2016 é interessante, exatamente mais quarenta anos depois! Uma beleza. Humberto Wernweck diz muito bem em seu texto da quarta capa, “.... construir no menino uma consciência de cuidador dos bens da natureza. Só isso já faria de “Os Rios Morrem de Sede” uma leitura imprescindível, e não só para crianças - mas há bem mais no fio desta pequena obra-prima de nossa literatura.” Três das obras reeditadas pela Cosac Naify têm ilustrações de Lelis, também mineiro, que capta, portanto, à perfeição o tom do texto e o traduz em imagens. As três têm em comum, ainda, a beleza da edição, em papel de maior gramatura, e a arte: cada livro tem uma única cor, que vai da capa às ilustrações. Com variações: páginas brancas sobre a qual entram as ilustrações em traços pretos e detalhes destacados na cor do livro, e páginas com a mesma cor como cor de fundo, com os detalhes vazados em branco. Excelente projeto gráfico de Flávia Castanheira. Ao final, um texto do próprio Wander Piroli e informações sobre o autor e o ilustrador. A Cosac Naify tinha um projeto de reeditar a obra completa de Wander Piroli, que incluiria três títulos inéditos, “Três menos um é igual a sete” (que saiu) e ainda “Os peixes saem andando” e “Se não tem pra nós, não tem pra ninguém”. Mas, infelizmente, a editora anunciou o encerramento de suas atividades ao final de 2015. Foi dito que alguns projetos poderiam ter continuidade, mas não se sabe quais. Depois, seu site saiu do ar, então nem é mais possível fazer consultas sobre os títulos publicados. Quatro ainda podem ser encontrados: > Com ilustrações de Lelis: 1.