Subcidadania Brasileira - Souza ,jessé - 9788544107287

SATISFEITO

Livro entregue antes do prazo prometido e conforme descrito no site. Adquiri recentemente e ainda vou iniciar a leitura. Pelo que li nas resenhas sobre a obra, acredito que foi uma boa aquisição.

Em janeiro de 2021 • Via Amazon

Desvendando as idéias que nos fazem (não) perceber a desigualdade de forma mais abrangente

Partindo da conjugação das obras de Taylor, Bordieu e Florestan Fernandes, o autor mostra nesta obra a gênese de sua análise da sociedade moderna, principalmente aplicada a brasileira. Traçando uma trajetória histórica de nossa modernização seletiva e excludente, moldada no patriarcalismo e na escravidão, chegando atualmente a um culturalismo “vira-lata”, uma “caricatura criada pela interpretação liberal-conservadora dominante” segundo o autor. Busca desvendar as idéias que obscurecem as causas da desigualdade, como a meritocracia com máscara de neutralidade que funciona como forma de legitimação da desigualdade em sociedades em que existem massas de pessoas sem os pressupostos mínimos para uma competição bem sucedida, criando assim de forma opaca a percepção de “gente e subgente”. A linguagem erudita pode dificultar a leitura para um público mais amplo, mas felizmente temos o desenvolvimento dessas idéias e pesquisas práticas nas diversas outras obras do autor.

Em junho de 2020 • Via Amazon

Os últimos títulos do autor são melhores para o leigo não sociólogo

Embora tenha sido republicado recentemente pela Leya, acredito que esse livro seja um dos primeiros trabalhos do Jessé. É um texto mais teórico - talvez mais acadêmico - do que os mais recentes A Elite do Atraso e A Classe Média no Espelho. Estes últimos dois, assim como A Tolice da Inteligência Brasileira, me pareceram melhores para aquele leitor interessado no assunto até um nível não acadêmico, que é o meu caso. Se é o seu caso também, sugiro começar por esses três e deixar Subcidadania Brasileira por último.

Em abril de 2019 • Via Amazon

Interpretando o Brasil

Jessé Souza apresenta de forma fundamentada e clara o modo que lhe parece adequado para pensar e compreender a sociedade brasileira. Recusando a explicação canônica, apresentada por Gilberto Freire e Sérgio Buarque de Holanda, que aponta o personalismo e o patrimonialismo como “representando a singularidade valorativa e institucional da formação social brasileira”, procura explicitar outra descrição, apoiado na idéia de autenticidade, que retira de Charles Taylor, e de habitus, que toma por empréstimo de Bourdieu. Essa (nova) descrição procura desvelar os mecanismos simbólicos e crenças compartilhadas pré-reflexivamente que dão origem à “constituição de uma gigantesca ralé de inadaptados às demandas da vida produtiva e social modernas, constituindo-se numa legião de imprestáveis, no sentido sóbrio e objetivo deste termo, com as óbvias consequências - tanto existenciais, na condenação de dezenas de milhões a uma vida trágica do ponto de vista material e espiritual, quanto sociopolíticas, como a endêmica insegurança pública e marginalização política e econômica desses setores”. Ao fim e ao cabo, o Autor convida o leitor a pensar o Brasil não como o país pré-moderno, do patrimonialismo, da corrupção apenas do Estado e da política, das relações pessoais e do “jeitinho brasileiro”. Essa estratégia, observa, “só passou a ser a dominante porque torna invisível tanto o saque do trabalho coletivo de todas as classes, via salários achatados e lucros escorchantes, quanto a captura do Estado e do orçamento público, em favor da elite dos donos do mercado”. Trata-se de livro que condensa as reflexões do Autor a propósito da sociedade brasileira. A forma como interpreta o Brasil merece ser conhecida e submetida à reflexão crítica.

Em outubro de 2018 • Via Amazon