Gramatologia - Col. Estudos 16 - Derrida, Jacques - 9788527302067

Ótimo

Bela edição

Em janeiro de 2021 • Via Amazon

A síntese impossível

"Gramatologia" (De la Grammatologie) é o livro que, dentro da vastíssima obra do filósofo franco-argelino Jacques Derrida, melhor sintetiza o seu pensamento, em minha opinião, mesmo sendo fruto da lavra do jovem Derrida, que não deixará de produzir muito até o fim da vida. Livro empolgante, que descortina, um a um, os postulados da tradição fonologocêntrica, que se funda na falácia existente na ideia da presença a si da metafísica ocidental, isto é, na crença na existência de um suposto significado estável e definitivo, dentro de um contexto de presente pleno, postura a que Derrida dá o nome de Metafísica da Presença. A presença sempre remete à fala, pois a voz só se exprime por uma consciência, por um sujeito, ou seja, por uma presença, o que fundamenta a condição logocêntrica, isto é, a percepção de que o significante fônico possui uma ligação imediata e natural com o significado, o que significa, em termos metafísicos, a valorização da fala em detrimento da escritura, mero fenômeno exterior e significante de significante. Mas, ao contrário disso, Derrida demonstra que os signos são plurívocos e nunca deixam de produzir sentido. Nada contém a disseminação, nada reprime o surto no infinito. A paixão dos signos seria mesmo essa disseminação de significados rumo ao infinito. Isso significa que essa paixão se consubstancia na figura da semiose infinita, na produção sem fim, no movimento eterno. Nada contém tal ímpeto. Dessa forma, Derrida demonstra que não existe uma interpretação definitiva em se tratando do fenômeno linguístico, pois ele só se dá como textura aberta, contingência e multiplicidade. A Linguagem, por natureza, é plural. Há de se ressaltar, por outro lado, que o texto da Gramatologia não é simples e exige muito esforço, pois coteja quase toda a tradição metafísica ocidental, em relação ao problema da escritura, passando por Levi-Strauss, por exemplo, até destrinçar com minúcia um texto pouco conhecido de Rousseau, no caso, o Essai sur l'origine des langues, questionando detalhes bem específicos, como se o momento de sua redação se deu antes ou depois em relação à produção do segundo Discurso do filósofo genebrino, comprovando que a preponderância histórica da fala sobre a escritura é arbitrária e que, por isso, é viável, sim, uma ciência da escritura, isto é, uma Gramatologia. Para mim, trata-se de um dos dez maiores textos filosóficos de todos os tempos. Por isso, todo o esforço será recompensado no final. Tal empreitada é muito intensa e instigante até o fim. Confesso que tal empreitada me trouxe tanta satisfação quanto "As Palavras e as Coisas" e o "O Anti-Édipo", aumentando minha admiração e vinculação à French Theory - não sem ironia, claro, haja vista a expressão de Cusset - pelo menos a que se refere a Foucault, Deleuze e Derrida, mesmo sabendo das profundas diferenças entre eles. Após a Gramatologia, portanto, só vislumbro minha vida avec Derrida... E a vida, assim como o significado, creio que Derrida assentiria nisso, compele-nos à busca de uma síntese impossível, pois a "máquina" não cessa de trabalhar, de nos impelir para algo muito além de nós mesmos, em suma, de produzir sentido. De nos lançar rumo à infinita e louca disseminação.

Em agosto de 2020 • Via Amazon

chegou rápido e em bom estado

Uso esse livro para minhas aulas em Pedagogia

Em dezembro de 2019 • Via Amazon

Livro gramatologia

Livro muito interessante. Derrida foi um grande filósofo, aclamado mundialmente e o filósofo francês mais traduzido, associado à teoria da desconstrução, idealização sua nos anos 60.

Em novembro de 2017 • Via Amazon