Uma Certa Ideia De Brasil - Entre Passado E Futuro - Malan,pedro - 9788551003794

Bom livro para interessados em economia e desenvolvimento econômico

Gostaria dizer em meu preambulo que com toda modéstia do mundo, essa análise seria a que eu “gostaria de ter lido” antes de comprar o livro. Vou buscar detalhar aspectos importantes do livro. Tenha em mente o livro que está comprando. Pedro Malan foi ministro da fazenda durante oito anos e participou da brilhante equipe que conduziu e implementou o Plano Real (atual plano econômico do Brasil) – que inclusive o PT considerou como estelionato eleitoral e a posteriori foi beneficiado imensamente com a estabilidade inflacionária. Seguindo essa linha de pensamento, após a saída do governo e a transição FHC 2 – LULA 1, Pedro acompanhou quase que assiduamente, todos os 15 anos de 2003 a 2018, escrevendo em média um artigo por mês no jornal Folha de São Paulo. Nessa ótica, demonstra certo otimismo e ingenuidade em relação ao início do governo Lula. Ao decorrer do tempo, percebe as falhas e o egocentrismo do partido e do ex-presidente que sempre exalta o seu bordão “nunca-antes-na-história-desse-país” e que também não reconhece o vento favorável internacional até meados de 2007-2008 (início crise subprime), tampouco as políticas implementadas por governos anteriores. Ressalta ainda, que para muitos petistas, o Brasil começou a "decolar" pós 2003 e que a cúpula petista teria recebido uma “herança maldita” nos últimos 20 anos. Em suma, ao longo do tempo e com tantas acusações apócrifas de Lula, Pedro vai subindo “o tom” de maneira pragmática contra o governo petista, em especial após a saída de Palocci do governo e a subida do gasto público em meados de 2007. Em relação ao governo Dilma, demonstra também certo otimismo no início em que ela se compromete a fazer um governo técnico e "sem margem para errar". Promessa esta que decepciona milhares de brasileiros, inicia a crise econômica de 2014 e desagua no Impeachment em 2016. Para alguns, pode ser um pouco entediante o livro pois em diversos momentos ele se torna prolixo. Mas tenha em mente que é uma sequência de artigos e que faz um certo sentido ele refrescar a memória do leitor. Afinal, como dito por Ivan Lessa: “De quinze em quinze anos, o Brasil esquece o que aconteceu nos últimos quinze”. Aos que gostam de imagens, lamento informar que não temos sequer uma ilustração, apenas no final do livro alguns gráficos. Apenas para concluir, digo que é um excelente livro para quem gosta de economia. Demonstra o pragmatismo e o conhecimento de quem conhece os caminhos para desenvolver o Brasil em uma perspectiva ortodoxa – nada de aventuras insanas. Inclusive, ele bate muito nessa tecla de que após 2006 (saída do Palocci) o Brasil começou em uma inflexão desenvolvimentista que só se agravou após a crise do subprime.

Em fevereiro de 2023 • Via Amazon

Bonzinho.

A visão de um banqueiro sobre os tempos pós 2002. Pedro Malan, que foi um economista importante nos anos 70 e 80, defende seu legado como ministro de FHC (1995-2001) e elogia e critica os governos Lula e Dilma de um modo elegante - na escrita - e elegante - ao não baixar o nível nas críticas. Mas expressa uma visão 'neoliberal' do mundo (desregulamentação, abertura para o exterior, privatização, ajuste fiscal a todo custo) que nem sempre se mostra adequada para as situações concretas vividas pelo país. E, por serem artigos jornalísticos, como não poderia deixar de ser, os argumentos ficam sem uma boa fundamentação.

Em agosto de 2022 • Via Amazon

Leitura cansativa e extenuante

Em suas pouco mais de 500 páginas, o livro de Pedro Malan tenta explicar a atuação econômica dos governos petista-pmdb (2003-2018). O problema é que o livro é um compilado de dezenas de artigos publicados pelo autor em alguns jornais, o que torna a leitura extremamente enfadonha e lenta. Como, a cada 2 ou 3 páginas, é necessário iniciar um outro artigo, nos deparamos com a mesma estrutura, repetida inúmeras vezes, causando desânimo na leitura e uma sensação de déjà vu constante. A estrutura é mais ou menos a seguinte: 1. Um paralelo com a visão de algum autor das artes, da ciência política ou do direito sobre algum assunto, ou então uma avaliação sobre a estrutura dos casamentos, ou uma análise de acontecimentos recentes de outras nações; dentre outros temas que pouco agregam ao escopo do livro. 2. Posteriormente, é seguida de uma tentativa de responder a uma questão levantada, mas quase sempre essa questão não é explicitamente definida, tornando-a extremamente tênue, o que acaba prejudicando o entendimento das passagens; e por fim... 3. Uma reafirmação das ideias do autor sobre algum assunto que já foi dito dezenas de outras vezes. Esse ponto irá variar conforme os anos se passam, mas, como os artigos são publicados várias vezes dentro de um ano, mas com um amplo espaço entre essas publicações, o autor precisa reafirmar seus pontos várias vezes ao longo das publicações. Isso funciona bem nos jornais, mas não em um livro. Em síntese: esse livro é mal planejado. As ideias do autor são boas e sua escrita e repertório também não apresentam problemas, mas faltou o bom senso de pensar se faria sentido transpor para um livro uma coletânea de artigos de jornais que se repetem o tempo todo. Se o autor tivesse tido maior disposição, teria pegado todos os seus artigos e os resumido em, talvez, 150 páginas de um livro, mas preferiu nos impor a hercúlea tarefa de ler esse calhamaço cheio de artigos cuja maior parte do conteúdo é desprezível.

Em junho de 2022 • Via Amazon

Excelente.

O livro traz uma coletânea interessante para entender os fatos ocorridos no país nas últimas duas décadas.

Em junho de 2022 • Via Amazon