Aquém do nível comum da coleção
Não Recomendo
A obra expõe o pensamento de Merleau-Ponty de maneira bastante insatisfatória. Há uma insistência em formulações que não têm o seu sentido conceitual realmente esclarecido, como "estudar as essências na existência", "ser abertura para o mundo", "não há significação pura ou fora da facticidade", entre outras. São ou bem teses pesadas ou carentes de explicação real e fundamentação. E não as encontramos. A compreensão da Fenomenologia em Husserl é imprecisa. Há, por exemplo, passagens em que: a noção técnica de intencionalidade se mistura com a noção vulgar, que envolve propósito; fala-se das descrições psicológicas da fenomenologia original como se pudesse haver psicologismo nelas; identifica-se aparecer com perceber; fala-se da fenomenologia como se ela fosse uma pura abstração intelectualista e desligada do corpo e do mundo em seu exame dos fenômenos. Posições do próprio Merleau-Ponty são estranhamente caracterizadas, como se dizer que ele põe em suspenso teses das ciências positivas para construir sua teoria do corpo (quando o diálogo com a teoria da Gestalt é essencial e esta é ciência positiva). A relação com esta teoria não é trabalhada senão a partir da discussão sobre expressão, quando ela é essencial para as noções de corpo e percepção. Não se valoriza o seu diálogo como autores de fisiologia, psiquiatria e psicologia (que não a gestaltista). A coleção 10 Lições é boa, mas este exemplar não me parece acompanhar a qualidade geral.
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