A Bile Negra ou Melancolia em Baudelaire
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Os transtornos depressivos assolam o homem desde as primeiras documentações escritas sobre a experiência humana. Nos registros da Grécia Clássica, as primeiras anotações fazem lume a uma “Síndrome de Melancolia” que a expressão traduzida do grego significa “bile negra”, ou, uma secreção produzida no fígado responsável pelo “mau gênio, mau humor; irritabilidade”. Urge mencionar que para os gregos a melancolia era oriunda do fígado e não de um destempero cerebral com sua descarga emocional que afeta danosamente os neurotransmissores tais como dopamina, norepinefrina e serotonina. Tais neurotransmissores possuem as funções de comando para que o corpo funcione adequadamente. Portanto, muito distante da suposta da “bile negra” produzida pelo fígado, ou ainda mais absurdamente, de uma possessão espiritual malévola. O termo “Spleen” do vocábulo inglês advém a partir da palavra grega “splên” [ sede da bile negra e, sendo assim, a melancolia], verbalizando o mesmo mal que enseja um desvio que agride a subjetividade do ser. Em “Flores do Mal” de Baudelaire usa-se a composição poética e faz uso do termo Inglês “Spleen’, ou seja, coloca a melancolia como título. Baudelaire, ainda jovem, conhecida o processo melancólico ou “Spleen” e usava recursos retóricos e alegóricos para descreve-la. Em Baudelaire , existe um certo desarranjo harmônico que se consubstancia em uma: [...] “dissonância entre o homem melancólico e a música do mundo” O que leva o poeta a se perguntar: [...] “Não sou eu um acorde dissonante? Pois, deveras, a melancolia rima com ironia, em um processo subjetivo de uma reflexão amarga e no “Flores do Mal” de Baudelaire podemos sentir tal amargura. BIBLIOGRAFIA KAY, Jerald ,MD. Psiquiatria: Ciência comportamental e Fundamentos Clínicos. 1ª edição brasileira- Editora Malone, 2002 P. 299
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