A Velha - "mountian, Moissei" - 9788561096120

Curto e eficiente

O livro é bem pequeno mas a história é intrigante o suficiente para te transportar, em pouco tempo, para dentro do ambiente e da situação descrita, tornando a leitura muito simples e prazerosa. Para alguns o desfecho pode parecer abrupto mas a narrativa não faz promessas.

Em abril de 2021 • Via Amazon

Muito bem escrito.

Uma linda e divertida história.

Em julho de 2020 • Via Amazon

Absurda descoberta!

Referenciando grandes obras canônicas da literatura russa, como "A dama de espadas" de Púchkin e "Crime e Castigo" de Dostoiévski, esta novela revela algumas ótimas características de Daniil Kharms: seu humor, a irreverência diante das autoridades, a secura de sua escrita e o envolvimento na narrativa pelas imagens repetidas, marcas da vanguarda soviética que seria sufocada com o advento do stalinismo. Também se encontram diversos temas interessantes aqui: críticas à inação humana, ao autoritarismo, uma revisão metafísica da questão da morte, a vida burocratizada. A escrita também é bastante agradável, com ao menos três quebras diferentes na narração (considerando que não há nem 50 páginas a versão traduzida, são muitas mudanças) que tornam tudo mais experimental e surpreendente. Há também um constante humor pelo absurdo das situações encaradas, algo bem notório nas vanguardas literárias do século XX. A edição é elegante: além do texto traduzido, há o original russo acompanhando página a página, além de um QR Code que permite o acesso ao audiobook lido por um russo nativo. Um projeto bem interessante a Coleção Mir, trazendo à tona excelentes obras da literatura russa que, infelizmente, não são consolidadas por aqui.

Em maio de 2019 • Via Amazon

Curto, Inusitado e Perspicaz

Essa curta história, publicada após a morte do autor e com base em seus manuscritos, narra o estranho momento em que o narrador-personagem encontra uma velha no meio da rua portando um relógio e, ao perguntar sobre as horas e ser instruído a ver por si mesmo, tem a surpresa de perceber que o objeto não possui ponteiros. De volta à casa, ao atender à campainha, encontra essa mesma velha, que não só se deixa entrar na casa dele e sentar em sua poltrona favorita, como ainda o ordena a se ajoelhar no chão e a se deitar de bruços, ao que ele obedece de pronto, sem sequer questionar a princípio, saindo do estado do consciência em que se encontrava para, mais tarde e uma vez novamente desperto, encontrar a velha ainda largada em sua poltrona, só que morta. Irritado com tamanha inconveniência, o narrador se vê em conflito com como lidar com esse corpo que não pretende deixá-lo em paz facilmente... Ao que parece, a história foi escrita nos anos da Segunda Guerra Mundial e do governo Stalinista na Rússia, sendo possível captar temas diversos, como, por exemplo, a inação em conflito com a cobrança de ação, que hoje ainda nos toca em interpretação atual do seguinte trecho: "Na padaria, havia uma porção de gente e uma fila imensa no caixa. Fiquei logo de mau humor, mas meti-me na fila mesmo assim. A fila andava muito devagar e de repente parou de vez, pois faziam um baita escândalo na boca do caixa. Eu fazia que não via e olhava para as costas da mocinha que estava à minha frente na fila. (...) Finalmente, ela se voltou para mim e perguntou: - O senhor não sabe o que está acontecendo ali? - Sinto muito, não sei - disse eu no tom mais seco que consegui. (...) - O senhor não poderia ir até lá para descobrir o que está acontecendo? - Sinto muito, mas não dou a mínima - disse eu num tom ainda mais seco. - Como não dá a mínima? - exclamou a mocinha - O senhor também perde seu tempo aqui na fila!" Esta edição, por sua vez, ainda conta com o texto no original russo, confrontado página a página com sua tradução, além do QRCode para a versão em áudio lida por um russo nativo, o que faz dela, além de uma obra literária cuja leitura rápida vale muito a pena, um objeto de estudo.

Em novembro de 2018 • Via Amazon