"Todos os homens são perigosos, e os fracos e entupidos são os mais perigosos de todos"
Recomendo
"Augusto" é um romance de memórias escrito pelo Imperador Augusto em dois momentos distintos da vida. A primeira parte, escrita para seus netos Caius e Lucio, conta sua ascensão ao poder após o assassinato de Julio Cesar. E a segunda parte, registrada em sua velhice, fala dos últimos momentos da sua vida e as tristezas que o acompanharam até o final. Como a história é contada em primeira pessoa, claro que precisamos confiar que as percepções de Augusto estejam corretas. E ele fará julgamentos ácidos sobre pessoas e povos, que vêm da sua visão de cidadão romano (seu desprezo pelo Egito e Cleópatra, por exemplo...), o que nem sempre o torna um personagem simpático aos nossos olhos. Uma coisa interessante é que Augusto se beneficiou de um momento instável: a vacância de poder após o assassinato de Cesar e o medo do Senado que um novo ditador surgisse das cinzas dessa morte. E ele tem muito cuidado de se colocar sempre em um espaço de conciliação (não quer guerras, não quer a morte do povo de Roma, não deseja a dissolução do Senado...), mas é possível ler nas entrelinhas que ele gosta da posição de poder que abraça; que gosta da ordem e da confiança nele depositada e quer sim controlar tudo de forma minuciosa. As memórias são um pouco confusas em alguns momentos, mas achei isso característico de um relato construído ao longo de anos. Às vezes, as cenas e os personagens sofriam mudanças abruptas, o que requer uma leitura atenciosa. Um romance histórico perfeito para quem quer entender melhor as estruturas complexas do poder de Roma e de seus Senhores. Agora vou ler o livro de Marco Antônio e Cleopatra!!
Ket
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