Para quem gosta de Borges e filosofia
Recomendo
Suponhamos que Jorge Luis Borges (1899-1986), dentro de seu conjunto célebre de personagens, tenha engendrado um diplomata metafísico, para que esse pudesse estabelecer um acordo entre a literatura ficcional e a filosofia, por meio de uma espécie de tratado, esse diplomata seria Gustavo Palma. Nessa obra, Palma estabelece sólida comparação entre as imagens borgeanas e as imagens filosóficas, deslocando o leitor para os corredores da biblioteca universal, para que a linguagem filosófica deixe de constituir discursos acadêmicos privilegiados e passe a ser posta em movimento em enredos inusitados criados por Borges. E assim como o escritor argentino em suas obras, Gustavo pratica uma literatura duplicada na mesma tese, uma sobre o mundo que o cerca, a outra sobre os processos de representação desse mundo, costurando, assim, de forma primorosa, um texto de viés acadêmico com um monumental ensaio literário, com uma prosa limpa, reflexiva e, sobretudo, que nos deixa com grande vontade de sentar em um café e ler Borges, sem pressa.
José
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