Do Século XIX para o XXI com a Mesma Qualidade!
Recomendo
Incrível como um romance de costumes, ainda dos primórdios do Realismo-Naturalismo brasileiro, consegue atravessar séculos se mantendo perfeitamente atual. Seria a mestria do autor ou porque o comportamento, as atitudes da vida em sociedade pouco mudaram através do tempo? Simplesmente, não tenho resposta. Fato é que Aluísio Azevedo conta uma história, ligando a provìncia, no caso o Maranhão, a Corte, tendo como ponto de ligação um jovem provinciano, pleno de sonhos e conceitos distorcidos, certo de que vai dar as cartas na Corte, e acaba como joguete dos "malandros" disfarçados de amigos que pululavam ali, onde as coisas aconteciam de verdade, no Brasil Imperial. Sim. O tempo não envelheceu o livro já que, na atualidade, não são raros os casos, às vezes na páginas policiais, de interioranos que buscam uma sonhada realidade nas metrópoles e acabam tragados pelos falsos encantos, encantos que buscavam com avidez, imaginando que aí, sim, na metrópole, encontrariam toda a alegria e felicidade possiveis. Engano. Aí entra a genialidade do escritor que permite ao leitor do século XXI conhecer e traçar um paralelo entre os costumes de épocas que parecem tão diferentes. Épocas que, ao fim e ao cabo, têm muito em comum. Para mim, uma satisfação a mais. Li Casa de Pensão, ainda na juventude, lá pelos idos de 50/60 do século passado. Agora, já ancião faço nova leitura, com outro olhar, outros valores e acabo tão encantado quanto há sessenta e tantos anos atrás. Grande Aluísio!
Alcir
• Via Amazon