Um ano excepcional para a sétima arte
Recomendo
O ano de 1967 teve como concorrentes ao Oscar cinco dos filmes mais importantes de todos os tempos, seja pelos aspectos inovadores, pela crítica social, pela crítica de costumes ou simplesmente pela nova forma de fazer entretenimento. Ao contextualizar a violência em “Bonnie e Clyde”; ao demonstrar as críticas os arquétipos e a hipocrisia social em “A primeira noite de um homem”, o racismo visceral em “No calor da noite” e o racismo disfarçado e subterrâneo em “Adivinhe quem vem para jantar”; ao explicar o início de uma franquia de sucesso em “O fantástico doutor Dolittle”, Mark Harris constrói uma grande obra, por meio de narrativas intercaladas, sobre como esses grandes e duradouros filmes foram construídos. Não apenas no aspecto técnico e formal, mas também como uma narrativa humana, Mark Harris nos mostra os dramas enfrentados por seus atores (o onipresente preconceito racial sofrido por Sidney Poitier; a discriminação por não se enquadrar aos padrões de beleza vigentes sofrida por Dustin Hoffman e, justamente ao contrário, a discriminação por ser muito bonito para ser um diretor sofrida por Warren Beatty são alguns dos exemplos mais marcantes). Ao decifrar o contexto histórico e social e ao detalhar os pormenores desses grandes filmes, Mark Harris nos faz saber o que existe por trás dos próprios bastidores e nos apresenta as ferrenhas batalhas diárias para produzir um filme e colocá-lo em cartaz. E isso valeu cada centavo que eu gastei (melhor dizendo: que eu investi) ao comprar o livro. Se você é um leitor comum como eu, certamente irá se divertir e aprender mais ainda com o livro. Mas, se você é cinéfilo (mas os não esnobes, não aqueles que vivem citando Truffaut, Antonioni, Pasolini, Kurosawa, Bergman e por aí vai, apenas para demonstrar sua vasta e impressionante cultura), vai se apaixonar pelo estilo do autor. E, em ambos os casos, a bem da verdade, vai desejar ver (ou rever) cada um desses filmes excepcionais...
Luiz
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