Pequeno somente em páginas
Recomendo
Os temas ligados as revoluções, que são, sobretudo políticos, são sempre interessantes de se conhecer ou atentar-se mais de perto, em especial seus propósitos no plano da aparência, e eis o que Arendt dá ao leitor nessa breve obra que reproduz uma palestra por ela proferida em 1966/1967. Como habitual, ela compõe seu pensamento utilizando-se de Kant, Heidegger, Maquiavel e outros mais para distinguir, em especial, a revolução francesa da americana, pontuando o porquê do fracasso da primeira e da ascensão da segunda, que é, sob sua ótica, o maior exemplo de revolução, desde a antiguidade. Mais do que isso, traça a diferença entre o que uma revolução é e o que acham que ela pode ser, como quando diz que "as revoluções são consequências de regimes em plena desintegração e não o 'produto' de revolucionários" e que "o terror, e não a mera violência, o terror liberado após se dissolver o antigo regime e se instalar o novo regime, é o que condena as revoluções à ruína, ou as deforma tão decisivamente que elas descambam para a tirania ou o despotismo." Portanto, embora pequeno em páginas, o livro não o é em conhecimento, sendo sempre um prazer a leitura de Arendt.
Luciana
• Via Amazon