Muito relevante
Recomendo
O livro chegou em perfeitas condições e a edição é muito bela e bem acabada. O texto é muito interessante pois trás análises de três pensadores(Morin, Lefort e Castoriadis) no momento do Maio de 1968 na frança e anos depois. Das análises e reflexões dos três autores eu me encantei particularmente com as de Edgar Morin. A análise de todos eles nos leva a pensar a insuficiência da concepção de classe no entorno de critérios econômicos e a ascensão de outros atores dotados de protagonismo nos movimentos sociais. O maio de 68 francês foi marcante, segundo os autores, pela união entre a classe trabalhadora e a estudantil, tornando o evento mais duradouro do que nos demais países. Essa presença dos estudantes trás consigo a contrariedade a relações hierarquizadas presentes no interior da universidade e que apontam para a existência de conflitos estruturais que podem ser encampados a partir de outras classes e atores sociais que não o proletariado. Esse é um ponto relevante a marcante para compreender posteriores análises que elucidarão a emergência dos "novos movimentos sociais", que passam a se desenvolver a partir de variadas pautas que não se reduzem ao conflito econômico, ainda que estejam profundamente conectados com a estrutura econômica da sociedade. A euforia de analisar o evento a partir do "olho do furacão", haja vista que os autores participaram ativamente dos protestos, revela uma esperança inicial quanto aos impactos do Maio de 68, mas que não deixam de ser marcados por uma sobriedade que deixa claro de que Maio de 68 não fora uma grande revolução social, por vezes nem mesmo almejava ser, mas é um evento que revela a possibilidade de uma autocrítica aos partidos, aos movimentos institucionalizados e a uma possível miopia economicista. Constantemente brechas se abrem e movimentos sociais ocupam papeis questionadoras que não poupam nem mesmo as vanguardas.
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