Excelente resumo, uma síntese (leia o comentário)
Recomendo
Gostei muito do livro. Obviamente existem livros muito mais aprofundados sobre o tema. Tendo isso em vista, cuidado com as avaliações desse livro aqui na amazon, acho que, ou vem de pessoas que não são capazes de entender a proposta do autor, ou não leram o livro de fato, ou ainda são mau intencionados. Vamos lá! Primeiramente, o livro começa na página 13 e termina na 108, ou seja é um texto de introdução, é bom levar isso em conta ao falar que ele é "superficial". Em segundo lugar, sobre o autor não mencionar as ligações de Mussolini com o marxismo, ou esquerda em geral, lemos na página 36 "seu socialismo era um gênero muito pessoal e até idiossincrático, marxista em teoria, mas sempre mais próximo ao sindicalismo revolucionario", sem contar nas inúmeras menções às alas da "esquerda" do fascismo, que estavam interessadas nos ganhos materiais dos trabalhadores. Como evidencia Blinkhorn, o sindicalismo-revolucionário, assim como o socialismo de Musolini, substituíram a "luta de classes" pelo "nacionalismo chauvinista", ou seja, não havia conflito inerente entre trabalho e capital, mas sim entre a nação e seus "inimigos", seja ele outras nações, ou mesmo os comunistas/socialistas (inimigos internos). A questão mais importante é entender como Musolini, com origens na esquerda, ainda que Marx nunca tenha sido uma grande referência para ele (como lembra Paxton em Anatomia do fascismo, Nietzsche foi mais lido pelo Duce) passou da esquerda para a extrema direita (o autor tenta elucidar isso nas páginas 36 e 37). Há um debate sobre quando Mussolini deixou o socialismo, alguns autores afirmam que foi em 1914, outros em 1918 ou 1919, esse debate está aberto, Milza e De Felice, por exemplo, têm opiniões distintas. Mais um ponto, apesar de não citar os "camisas negras" as menções ao squadrismo, por outro lado, são inúmeras. Agora, dizer que ele deu "detalhes que não são consenso geral" é brincadeira, um historiador tem que se posicionar frente aos debates que não estão "estabilizados". Se fosse assim, nenhum livro de História da Ditadura Militar poderia ser escrito, os historiadores não chegaram a um consenso, sequer, em como nomear o regime político. Em resumo, leiam o livro, vale a pena.
Vinícius
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