Qualidade de escrita inversamente proporcional ao número de valores negativos que possui
Não Recomendo
A abertura é interessante porque a autora passa a ideia de paz e beleza do reino de Verdes Campos em poucas linhas. E também em poucas linhas, tudo vai por água abaixo com a chegada do temível dragão verde. E infelizmente, este é o único ponto bom deste conto. A autora tentou desvirtuar o conceito de mundo fantástico introduzindo armas conhecidas por nós como mísseis americanos (?!), mas no fim, o texto é só a apresentação de um dragão mau porque é mau e de um herói que vai derrotar o dragão para casar com a princesa no final com o típico clichê de "mulher como recompensa". E por falar em mulheres, é impressionante como um trabalho escrito e ilustrado por duas mulheres desmerce tanto o sexo feminino com além do clichê, com trechos como: "Um rapaz chegou a passar a namorada adiante por cem cruzados! Ele estava já certo que ia se casar com a princesinha... Também o emprestador da cidade ficou rico. Foi um negocião!" Nem o povo afro escapa. Em um dado trecho em que os pretendentes da princesa se reúnem, temos: "Quando o pretendente negro começou a falar assim: — Laba, malu, meleca, lua, cabuça, etc. etc. - foi um delírio. — Não entendi nada - disse o rei, sincero —, mas deve ser interessantíssimo" Em suma, "O Dragão Verde" é uma obra com qualidade de escrita inversamente proporcional ao número de valores negativos que carrega. Sem mais.
Davi
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