Os traumas dos outros
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Bom livro
Washington
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ISBN | 9788535927825 |
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ISBN-10 | 8535927824 |
Título | O Inferno dos Outros |
Autor | David Grossman |
Editora | Companhia das Letras |
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Avaliação dos usuários
3.9
49 avaliações
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Os traumas dos outros
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Bom livro
Washington
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Juízo Final.
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Concordo com todas as avaliações, positivas e negativas. Um stand-up feito por um comediante de 57 anos, Dovale, e que convidou um juiz aposentado para assistir a uma exibição, pessoa que não encontrava há mais de quarenta anos, é todo o livro. Este tipo de apresentação é complicado, porque algo que deve ser espontâneo, o riso, fica bastante artificial, tanto para quem o presencia, quanto para o ator. Se eu estivesse presente ao monólogo de Dovale, acho que não teria permanecido ali por meia hora, tendo em vista as digressões, exageros representativos e piadas pouco engraçadas, além de provocações e agressões aos espectadores. Não há dúvida que é uma leitura difícil, arrastada, mas cheguei ao final, quando penso ter tido compreensão parcial da obra. O centro do espetáculo é a vida do ator, mais especificamente, até os catorze anos, idade em que pela última vez encontrou o seu convidado. Aos 57 anos, é o menino e o adolescente que estão no palco, ambos vítimas da crueldade dos colegas e de uma família extremamente problemática, principalmente a mãe, polonesa judia, sobrevivente do holocausto. É o jovem de 14 anos quem realiza, nesta idade, um julgamento implacável dele próprio. Dos 43 anos restantes pouco sabemos, além de alguns casamentos falidos e de filhos afastados. No stand-up objeto do livro, parece que Dovale quer a confirmação daquele autojulgamento, desta vez, feito por ex-magistrado conhecido pelo rigor de suas decisões. Tudo indica que se tratava de balanço final, entre outras cogitações possíveis. Permanece para mim questão sem resposta conclusiva: por que li um quase monólogo a que não suportaria assistir. Curiosidade em conhecer o inferno dos outros ou um mínimo de empatia com personagem tão atormentada e patética? A terceira possibilidade consiste na qualidade da obra e no próprio cansaço que nos causa, revelador da ausência de disponibilidade em ouvir e escutar os outros. De qualquer forma, mostra-nos um autor com pleno domínio de seu ofício,razão bastante para se insistir em terminar a leitura.
Carlos
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Não me cativou
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A história não é tão interessante quanto achei que seria, é um pouco tediosa e bastante previsível na verdade. A coisa vai se passando, se enrolando pra chegar em um final não muito interessante e como disse já previsível pelo menos desde a metade do livro. Algumas piadas do personagem são mesmo engraçadas, mas é o que salva mesmo. Não sei se o autor pretendia apresentar alguma faceta humana mais crua do personagem (que parece ter um que de perversão em levar a audiência a acompanha-lo e também por parecer fazer uma terapia em grupo) ou construir algo na espera e no comportamento da platéia diante da exibição do personagem. Talvez algo possa ter me passado despercebido, mas no que eu percebi, não é um livro muito bom, apesar de ter recebido pelo menos um prêmio importante.
Ericrice
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O inferno dos outros
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Era para ser um show de stand up. Deveria haver risos nada comedidos. Isso numa cidadezinha do interior de Israel, Netanya. Nele o humorista já decadente Dovale Grinstein tenta arrancar um punhado de risadas da plateia com as já tradicionais piadas que vão desde a depreciação da cidade, do público e dele mesmo. . Mas, para cada piada contada, muitas delas cutucando temas espinhosos e politicamente incorretos aos costumes judaicos, Dovale vai desfiando um pouco de seu inferno pessoal, quando ainda menino passara pelo trauma de perder a mãe. Dos risos ao repúdio Dovale vai recebendo diversas reações negativas de sua plateia, que vão desde impacientes reações até a saída das pessoas cansadas e irritadas; isso porque ninguém está interessado em suas tragédias pessoais, mas nem isso fê-lo calar-se: ao invés, ele adentra cada vez mais no universo tenebroso origem da dualidade em que ele tem vivido até então. . Talvez apenas uma pessoa presente entre o público inamistoso receba bem essa partícula do que Dovale é, Lazar, juiz aposentado que no passado dividiu seus dias com o humorista. A simpatia por ele demonstrada se dá na forma de olhares cúmplices e de pequenas anotações que vão delineando a atuação de Dovale. O público, a princípio, não entende onde ele quer chegar com o rumo de suas divagações, mas se percebe que o que menos querem é não rir ja que “pagaram por um show de stand up”. . Ainda assim, a curiosidade natural do ser humano impede uma evacuação imediata. Antes, cada espectador — e aí inclui-se também o atônito leitor — permanece, vai deglutindo a carga amarga das confissões do artista… . David Grossman é um escritor israelense contemporâneo. Do mesmo quilate de Amoz Oz, o autor consagrado de romances como “A caixa preta”, “Judas” e “Cenas da vida na aldeia”, é um autor sofisticado, cosmopolita, inteligente. Percebi no seu texto uma habilidade em vagar por temas diversos, polêmicos ou não, com uma elegância estilística de quem sabe escrever bem e sobre qualquer coisa. A maneira como o drama de Dovale vai avançando num crescendo constante, (sua dor de tão humana e por isso compartilhada entre os presentes como que magnetiza as atenções) como numa peça musical, cujo sinistro ápice se dá com a debandada do público e um exaurido humorista diante de uma plateia vazia, mas ali na penumbra está Lazar, seu único publico fiel, dividindo a dor do amigo que não exita em encerrar o espetáculo com a frase final mostrando que, aconteça o que acontecer, “o show tem que continuar”. . Recomendo vivamente!
Paulo
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