O menor preço encontrado no Brasil para Os Últimos Dias de Pompeo - Pazienza, Andrea; - 9788563137753 atualmente é R$ 57,27.
Avaliação dos usuários
4.6
51 avaliações
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Perturbador, perturbado e genial!
Recomendo
O canto do cisne de um verdadeiro rockstar dos quadrinhos. Andrea Pazienza encara seus próprios demônios com uma sinceridade e uma coragem artística inacreditáveis. Os últimos dias de Pompeo é um pesadelo frenético e desesperado, tirado dos recantos mais sombrios da mente do artista, no auge de seu vício em drogas, pouco antes de sua morte.
Lucas
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Muito Potencial... Desperdiçado
Não Recomendo
Alguma coisa acontece com Os Últimos Dias de Pompeo... Nessa obra acompanhamos o que seriam os últimos momentos da vida de um artista/ilustrador muito requisitado, com muito dinheiro, as melhores oportunidades, uma boa família - tudo o que muitos poderiam sonhar ou que chamariam de felicidade. Porém, tudo se esvai diante do abuso no vício das drogas... Em Os Últimos Dias de Pompeo, o autor Andrea Pazienza nos leva numa histriônica viagem, pela cabeça e vida desse artista 'toxicômano' - com delírios de todos os tipos, de grandeza a autopiedade - são muitos os extremos. E quando você se dá conta de que Pompeo é uma 'autoficção biográfica' de Pazienza, então os problemas de Os Últimos Dias de Pompeo ficam mais claros. A narrativa, tanto gráfica quanto de enredo, é muito quebrada, uma verdadeira loucura: pessoas que aparecem e desaparecem do nada, situações/falas praticamente descontinuadas/desconexas e a arte (que na verdade é bem bonita - uma mistura de cartoon com uma arte mais detalhista) absolutamente desnivelada, sem padrão - se numa página tem uma bela composição gráfica, noutra tem desenhos quase que ininteligíveis... (no posfácio o autor se diz preguiçoso, mas fica claro que o problema é bem maior que isso) Uma pena, porque ele é bom, mas o que a droga não faz... Se essa obra tem méritos, pode-se dizer que é o fato de você realmente entrar na cabeça de um viciado em drogas, mas isso também acaba sendo sua maior falha, porque gera uma história tão 'histriônica' quanto a cabeça de um dependente químico. Na edição brasileira, vale ressaltar o ótimo trabalho de letreiramento, da grande Lilian Mitsunaga.
Angelo
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RESENHA: OS ÚLTIMOS DIAS DE POMPEO – ANDREA PAZIENZA
Recomendo
Emotivo, passional, catártico, perturbador, reflexivo, direto, contraditório, errático, cru, intenso, desconfortável, genial, triste, amoral, melancólico. Claro que este empilhamento de palavras falhará ao tentar passar a experiência desta leitura. É raro nas HQ’s encontrarmos uma obra com tamanha intensidade de visão. O estilo visceral do autor não se restringe apenas à sua vida intensa e conturbada, mas também ao movimento underground do qual fez parte e uma gama de influências que vão do rock, cultura pop e pintura. A escrita é ácida, nervosa e passional, (longe da aridez de obras pretensamente pessoais) não distante dos Beatniks: “...nas paredes, arrebenta como uma onda atormentada num vórtice cada vez mais veloz, cada vez mais veloz e mudo...Não um bater de persianas, não um palpitar de vidros, pelas janelas indiferentes como VHS entra em névoa azul 84, cinema-bar-teto-teto-vazio-cinema-bar-teto-teto-vazio...” e “...dá pra ver o fim dele, mas a língua chega à virilha de Pompeo, fuça no umbigo dele, chega na cara, e está agora contida e doce como a ponta de um aplicador de glacê que esteja escrevendo no corpo dele POMPEO.” Ainda que a obra narre a descida ao abismo de um dependente químico, em uma segunda e terceira camada, ela trata das lutas diárias contra demônios internos. Uma obra intensa e profunda que não pode agradar a todos, mas dificilmente sai-se ileso.
Ramon
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Estrada para a arte/ ruína
Recomendo
Lançado em 84, Os Ultimos Dias de Pompeo é uma história que tomou dimensões autobiograficas e narra de forma trágica porém em forma de poesia o sofrimento existencial e a relação com o vício em heroína do autor Andrea Pazienza. O artista nasceu do frutífero e violento cenário italiano de 77, participou da criação da revista Frigidaire onde a agressão não se limitava apenas a estética mas também aos temas abordados o que incluía musica e política, estabelecendo uma produtividade diferente de tudo que se observava no âmbito mundial da indústria de quadrinhos. Andrea teve uma carreira brilhante e foi responsável dentre outros trabalhos pela capa do filme Cidade das Mulheres, de Fellini. O trabalho apresenta numa angustiante narrativa a jornada auto destrutiva de um viciado, alternando entre os corres diários para arrumar sua droga e tentar lidar com os outros lados da sua vida, como sua profissão de professor de desenho, enquanto se mostra sob o efeito e a abstinência da heroína. Existe uma sinceridade em cada texto, poesia e desenho que arrebata o leitor e causa uma experiência de agonia mostrando a luta diaria contra esse monstro interior onde é visível a derrota aos poucos do personagem culminando em um trágico final não conclusivo da obra. Este não é um quadrinho de fácil absorção, talvez um reflexo direto da mente conturbada em meio ao furacão do vício que se abatia sobre o autor, mas para aqueles que dão o crédito para a arte feita da forma mais sincera possível, aqui temos um balde cheio de espontaneidade. O verdadeiro final dessa obra talvez tenha saltado das páginas da história e encontrado seu triste climax na vida real, pois um ano após sua finalização, o autor morreu de overdose com 32 anos. Uma verdadeira obra de arte e convite ao leitor para explorar formas surreais e abruptas de contar uma história que apesar de nos fazer de espectadores, nos tira o direito de julgar o rumo que o protagonista toma em sua vida, e talvez a atitude de não julgar seja a moral da história que devemos levar adiante após a leitura, porque no fundo todos nós temos o desejo de mudar algo de ruim conosco.