Bom livro, porém exagera na morosidade
Recomendo
Aqui está um livro que tem a proposta de investigar algo que todos nós brasileiros já temos uma certa noção: a ineficiência do setor educacional em nosso país. Em busca de detalhes sobre o assunto, como jornalista, o autor entrevistou uma série de pessoas envolvidas nas mais diversas áreas da educação, de professores a ministros. Ele ainda se propôs a fazer um comparativo entre a cidade que apresenta o pior desempenho educacional do Brasil (Teresina), com a aquela que obteve a melhor nota (Sobral). De forma resumida, alguns dos motivos apresentados são: - Em países com educação pública de qualidade, os alunos passam no mínimo 7 horas diárias na escola. No Brasil são 4. - Dedicar 1/3 da carga horária para preparar as aulas é uma lei nacional, mas na prática é um luxo. A maioria dos professores passa o tempo da preparação dando aula em outras escolas para completar a renda. - Nas escolas, as eleições de diretores costumam depender de votos do corpo docente, o que dificulta o cumprimento de punições (para professores que faltam exageradamente ou não cumprem com a pontualidade das aulas, por exemplo), já que quem deveria garantir o cumprimento das regras costuma fazer vista grossa. - A forte resistência dos professores em se adequar com novas propostas pedagógicas, principalmente aqueles que envolvem o uso de tecnologia. A parte #política obviamente é bastante abordada, principalmente no que tange a falta de continuidade de projetos inovadores, já que, quando um programa adquire uma marca muito forte de um político, o governo seguinte vai querer desmontar sua imagem. Outro tema abordado é a #militância dos #sindicados e de acadêmicos ultrapassados ou com viés ideológico deturpado, que ainda influenciam demais as políticas em educação. Para o autor, nessas esferas, não raro o aprendizado dos alunos não é a principal pauta. Além das críticas, o autor também mostra ações que tiveram bons resultados no Brasil, como algumas aplicadas em Sobral, onde os diretores eram selecionados em processos seletivos técnicos, e não por indicação política. Caso eles não alcançassem as metas por 5 anos consecutivos (como diminuição da evasão escolar), eram demitidos. Eles inclusive deveriam apresentar um plano de trabalho dizendo para onde gostaria de levar aquela unidade nos próximos anos. Conclusão: apesar de ser um livro antigo (2018), a obra ainda tem seu valor, principalmente para quem não é da área e deseja ter maior noção sobre o assunto.
Diego
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