Raizes do Brasil
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É um importante livro que, junto com outras obras, ajuda-nos a entender mais sobre o Brasil de hoje. Diria que é uma leitura obrigatória para quem busca investigar a nossa história.
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ISBN | 9788535925487 |
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ISBN-10 | 8535925481 |
Título | Raízes do Brasil |
Autor | Holanda, Sérgio Buarque De |
Editora | COMPANHIA DAS LETRAS |
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Raizes do Brasil
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Ótima Livro
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Os livros chegaram conforme a descrição, bem embalado, chegou antes do prazo !
Henrique
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Clássico da Formação do Brasil
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Um dos clássicos para se entender a formação da sociedade brasileira.
Paulo
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Raízes do Brasil, Sergio Buarque de Holanda
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Raízes do Brasil, publicado em 1936 pela editora José Olympio e republicado em 1948 com diversas alterações, foi o primeiro livro do historiador, crítico literário e jornalista; Sergio Buarque de Holanda. Considerado por muitos como uma obra essencial para compreender a história do Brasil juntamente com Casa-Grande & Senzala (1933) de Gilberto Freyre e Evolução política do Brasil (1933) de Caio Prado Jr. O livro possui sete ensaios que abordam um levantamento histórico de algumas características da formação do povo brasileiro, partindo de interpretações baseadas na dialética de Hegel e em teóricos alemães do começo do séc. XX como Max Weber e Georg Simmel. Buarque de Holanda viveu em Berlim entre 1929 e 1930, assistiu a queda da República de Weimar e a ascensão do Partido Nazista. Quando retornou para o Brasil se colocou contra o governo de Getúlio e chegou a ser preso na Revolução Constitucionalista de São Paulo, em 1932. Foi um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro e do Partido dos Trabalhadores, em 1980. Buarque de Holanda sempre teve seu posicionamento político voltado para a esquerda, mas é comum a interpretação equivocada de sua obra inaugural; Raízes do Brasil, especificamente o último ensaio, onde o autor critica e rejeita o liberalismo, o fascismo e o comunismo. Buarque de Holanda acreditava que a única solução para o Brasil era pelo meio democrático-popular, levando em consideração o ativismo da massa popular como uma forma de suprimir a tradição luso-brasileira. No primeiro e segundo ensaios do livro Raízes do Brasil, Fronteiras da Europa e Trabalho & Aventura, o autor apresenta o contraste da colonização entre os espanhóis, portugueses e outras nações do norte da Europa, e como essas peculiaridades tiveram influência na formação de alguns povos do nosso continente. Partindo de uma incapacidade de organização social do povo português, influenciado por uma elite burguesa que possuía uma ineficiência moral ao trabalho, fruto da ética católica, diferente dos protestantes que estavam presentes no norte da Europa, Buarque de Holanda diz o seguinte sobre os Portugueses e Espanhóis: “ambos admiram como ideal é uma vida de grande senhor, exclusiva de qualquer esforço, de qualquer preocupação. E assim, enquanto povos protestantes preconizam e exaltam o esforço manual, as nações ibéricas colocam-se ainda largamente no ponto de vista da Antiguidade clássica”. Buarque de Holanda coloca essa forma moral de trabalho como um empecilho “a ordem e tranquilidade dos cidadãos” que gera uma desarmonia de interesses que resultaria em uma outra deficiência; falta de solidariedade e uma relação de interesses que estaria totalmente ligada ao conceito de homem cordial. Existiram obstáculos também na formação da unidade agrícola de produção. Os portugueses tiveram grande dificuldade no emprego do braço indígena, sendo assim, a mão de obra utilizada para a formação da unidade de produção agrícola aconteceu com a introdução de escravos africanos e levando os índios na ”indústria extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do gado”. No terceiro ensaio, Herança Rural, o autor critica a formação do patriarcado rural, um sistema fechado que teve um impacto muito grande no pensamento político brasileiro nos sécs. XVI e XVII. Buarque de Holanda critica o poder ilimitado dos grandes proprietários de terras acerca da centralização do capital nos grandes engenhos, gerando uma deficiência na formação das cidades, pois a formação da Casa-Grande e seus engenhos teria se tornado autossuficiente; com marceneiros, mecânicos, escravos, pescadores e outros segmentos. Buarque de Holanda explica que durante a Monarquia “os fazendeiros escravocratas e eram filhos de fazendeiros, educados nas profissões liberais, que monopolizava a política, elegendo-se ou fazendo eleger seus candidatos, dominando os parlamentos, os ministérios, em geral todas as posições de mando, e fundando a estabilidade das instituições nesse incontestado domínio.” Essa representação dos antigos senhores de engenho levou a própria classe a empreender “alguns dos mais importantes movimentos liberais que já se operaram em todo o curso da nossa história”, chegando a ser considerado pelo nosso autor como luxo de inclinações antitradicionalistas. Em 1851, é regulada a constituição das sociedades anônimas, funda-se o segundo Banco do Brasil, que em breve faria uma expansão na sua linha de crédito bancário, em 1852, surge a primeira linha telegráfica do Rio de Janeiro e em 1854 abre-se a primeira linha de estradas de ferro do país. Todos esses fatores contribuíram para retirar a centralização do capital dos grandes ruralistas e transferir para as praças comerciais, reconfigurando as cidades, que agora começariam a passar por um processo de urbanização. Em meados do séc. XIX, o país entrou no começo do declínio da escravidão com a Lei Eusébio de Queirós, promulgada pelo Segundo Império no dia de 4 de setembro de 1850, proibindo a entrada de africados escravos no Brasil. Os senhores de engenho não conseguiram se adaptar à nova estrutura de trabalho, em uma tentativa de se manter nas rédeas do poder ou de enriquecimento a todo custo, adquiriram linhas de crédito e se endividaram. No quarto ensaio, O semeador e o Ladrilhador, Buarque de Holanda faz uma análise a partir da fundação das cidades como instrumento de dominação, observando o contraste entre o povo português (semeador) e o povo espanhol (ladrilhador). O autor explica que as cidades do Brasil colônia foram criadas a partir do litoral, diferente dos espanhóis que tinham uma concepção de emprego da razão, um prolongamento das metrópoles com ruas e habitações mais estruturadas que o litoral brasileiro. Os portugueses, que eram mais liberais que os espanhóis, não chegaram a contradizer a natureza com as suas construções, isso se deu por conta do pacto colonial, prudência e desleixo. O método utilizado pelos portugueses considerava a colônia brasileira um lugar de passagem, de exploração comercial. Já os espanhóis, que possuíam uma ética protestante do trabalho, colonizaram com planejamento e intervenção na natureza, tinham a preocupação de ter um território organizado, centralizando o poder em grandes centros urbanos. O Homem Cordial é o quinto ensaio, o mais famoso, Buarque de Holanda começa no primeiro parágrafo separando a instituição da família do Estado “o Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certos agrupamentos, de certas vontades particularistas, de que a família é o melhor exemplo. Não existe, entre o círculo familiar e o Estado, uma gradação, mas antes uma descontinuidade e até uma oposição”. Segundo o autor, até a relação entre empregador e empregado criou um antagonismo das classes onde “a relação humana desapareceu”, fruto de um tipo primitivo da família patriarcal que tinha dificuldade de compreender as diferenças entre o público e o privado, isso resultou em um desequilíbrio social que se perpetuou até os dias atuais. Esse patriarcado ruralista conduziu a gestão política contradizendo as características da impessoalidade nas relações, que são necessárias para a manutenção da administração das instituições em atender os interesses públicos. “Neste velho estado das coisas, a escolha das pessoas para exercer função pública se dá mediante confiança pessoal e não segundo critérios de capacidade”. O homem cordial vive nessa espuma da liquidez das relações, intimista, sem coesão social, buscando a própria satisfação ou satisfação dos seus pares quando lhe convém. No sexto ensaio Novos Tempos, Buarque de Holanda diz que a assimilação do “liberalismo democrático jamais se naturalizou entre nós”, o homem cordial nega as hierarquias e trata seus governantes como familiares. Os movimentos dispostos a reformar o Brasil sempre partiram de uma pirâmide invertida, de cima para baixo, o povo não foi indiferente a aristocracia rural que se acomodou e adaptou seus direitos e privilégios, esses entraram em crise por conta da transição do campo para as cidades. No último ensaio Nossa Revolução, trata do declínio da influência dos portugueses acompanhada da aristocracia rural, centro de exploração industrial. A interpretação do liberalismo democrático no Brasil foi totalmente equivocada, as leis constituídas eram feitas para serem violadas, “tudo em proveito de indivíduos e oligarquias”. Não existiu uma luta para instaurar o liberalismo no Brasil, o que tivemos aqui foi uma luta pelo “personalismo ou contra outro”, desse modo, o Estado opõe-se à “ordem natural e a transcende”.
Gustavo
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