O Humano após a tortura.
Recomendo
O direito de expressão é sagrado nas democracias mas não nas ditaduras. Quando me dizem que o Brasil, governado por militares não foi uma ditadura, mas um processe de ordenação institucional, respondo com a ausência do direito a expressão, com a existências de "porões" e salas de tortura. Não se ordena institucionalmente um País através da ditadura, na força do totalitarismo. Tivemos uma ditadura cruel. O livro de Luiz Roberto Salinas Fortes, ilumina a dinâmica da interrupção violenta da vida, para sessões de tortura nos "porões da ditaduta"; mostra a rotina e a tranquilidade como eram operados os aparelhos de estado, em busca de uma confissão. Dizem que havia uma guerra, no entanto, pergunta-se contra quem? Neste caso, contra um professor que convivia com a oposição a uma ditadura. Desproporcional e cruel. Luiz Roberto, conhecido por Salinas entre seus amigos, foi torturado sem acusação, sem provas, sem saber qual o motivo, a não ser ter convivido com militantes - que optaram pela luta armada ou por ações mais incisivas. Apoiou e com certeza, lutou a sua maneira, contra a usurpação da democracia. Neste livro, narra as situações a que foi submetido e faz da escrita, o seu meio de exorcismo da violência, das marcas deixadas. Seu texto é fluído, de certa forma leve, mesmo que o tema seja pesado - com certeza, conhece os princípios textuais de Ítalo Calvino (a leveza é um deles). Recomendo para quem deseja saber como era e como seria caso as ideias de usurpação da democracia voltasse a ocorrer. Este livro é um dos motivos para defendê-la.
Dênio
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