O sentimento é avassalador, Sublime é o crescimento.
Recomendo
Aos amantes de romances e princesas, da corte e dos bons costumes. Aqui está um livro que vos agradará. Eu, particularmente, não suportava Isadora até a metade da história e isso me preocupava. Então pausei a leitura por um dia e refleti os motivos para ela ser quem era: criada longe de qualquer problema, com todas as suas vontades sendo prontamente atendidas, acostumada a ser o centro das atenções e elogiada por todos para massagear o próprio ego. Ela não poderia ser menos do que imatura e egocêntrica, que não aceita nada de seu desagrado. A princesa ainda sempre teve um espírito livre e, mesmo casada e com filhos, se vê jovem e não quer abrir mão de suas regalias da nobreza em nome das obrigações, até porque essas coisas nunca foram cobradas dela. Os filhos do rei Felipe foram criados da mesma forma que os de sua herdeira mais nova, Isadora, serão. A história é contada em terceira pessoa, mas está totalmente voltada à protagonista. Li algumas críticas sobre poucos diálogos, o que não vejo como problema de maneira alguma, já que sentimentos e ações podem e foram muito bem descritos pelo narrador. Um enredo que em parte é bem comum dos romances com tema princepesco, mas surpreende quanto a liberdade da princesa, o quão forte é essa protagonista feminina e na capacidade de transformação do amor. A autora não teve medo de criar personagens falhos em muitas esferas, a própria Isadora é exemplo disso e, para mim, é um ponto positivo pra quem busca veracidade na leitura. Luca, o capitão da guarda de Isadora, é realmente apaixonante, isso não há como negar! E a princesa busca seu reconhecimento tão desesperadamente, que em alguns momentos o peito apertou, mostrando que a autora sabe construir um romance. A questão é que cada relacionamento é único e muitos leitores esquecem disso, querendo sempre que as coisas aconteçam da mesma forma. Bem, penso que a maneira mais correta e honesta para terminar é deixando claro que romance não está entre meus gêneros prediletos, embora eu tenha alguns bem guardados no coração. Acredito que me envolvo mais em tramas onde, ao menos, este não seja o único foco. E toda a questão da corte, reis, rainhas e tudo o mais nunca me atraiu tanto. Talvez porque sempre fui teimosa demais quando me diziam que histórias de princesas são coisa de menina e por isso desenvolvi certa aversão ao tema. Não me entendam mal, gosto de temas medievais e tudo mais, só que neste caso eu prefiro leituras voltadas para a aventura, as tramoias e jogo de poder, do que ao romance. E nesse ponto, acho que Michelli perde uma grande oportunidade, já que criou momentos onde tudo isso era possível, mas não se aprofundou nessas partes. Ela soube criar intrigas e disputas políticas, mas que infelizmente ficaram apenas como pano de fundo. Eu gostaria de ter visto mais desse lado, mais dos planos do ardiloso Luis Augusto, mais das incursões violentas e os motivos para as ações que tomavam. Mas entendo que o objetivo aqui não era esse, e por isso ponderei muito sobre postar ou não essa resenha. Por não me considerar apta a expor minha opinião de quem buscou algo que não foi prometido por ninguém. No mais, ainda vou ler os outros dois volumes Incondicional e Encontro, mas não sei quando ainda. Resenha feita para o instagram @aruivalendo
Joice
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