"Carpe diem" no volume máximo
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"Viva a Música!" é o único livro lançado em vida pelo escritor colombiano Andrés Caicedo, que se suicidou aos 25 anos, logo após receber em casa a primeira cópia impressa da obra, em 1977. O romance, narrado em primeira pessoa em um ritmo alucinado e frenético, conta a história de María del Carmen, uma jovem de classe média alta que decide abandonar toda e qualquer pretensão para se dedicar a apenas um único objetivo: viver em uma festa que nunca termina. É pela música, pela dança, pelo álcool, pelas drogas e pelo sexo a única forma na qual sua vida encontra sentido. No ritmo do rock dos Rolling Stones e, posteriormente, da salsa de Richie Ray, suas duas grandes paixões, a protagonista nos leva em uma viagem a 100 por hora - sem cinto de segurança - pela noite de Cáli nos anos setenta, uma jornada de delírio, sensualidade e hedonismo - "carpe diem" no volume máximo. "Viva a Música!" é uma ode à juventude, à necessidade de se experimentar tudo o que a vida oferece e viver sem qualquer amarra. Por mais que a mensagem "viva rápido, morra jovem" possa parecer boba a nós, leitores acorrentados a vidas atarefadas e previsíveis, é impossível não se deixar contagiar com a mensagem do livro, tamanha a paixão e força com a qual ela é transmitida. Uma verdadeira obra-prima da literatura. "Sei que sou pioneira, exploradora única e que algum dia, para meu pesar, vou lançar a teoria de que o livro mente, o cinema esgota; queimem ambos, deixem apenas a música. Se eu vou para lá, é que pra lá estamos todos indo. Vivemos o momento de maior significado da história da humanidade, e é a primeira vez que se exige tanto dos jovens. Minha modesta opinião, a julgar pelas caras, pelas olheiras dos meus amigos, é que eles cumpriram seu dever. Somos a nota melosa, aquela que o violino gemeu".
Zeka
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