Vozes de Tchernóbil - A História Oral do Desastre Nuclear - Svetlana Alexievich - 9788535927085

Rico em detalhes

Foi minha primeira leitura de 2023, adquiri o livro em janeiro. Sempre fui intrigada com essa história e resolvi ler após ver a série do HBO. Fiquei estarrecida com o descaso do governo em relação a gravidade do acidente, o que importava era apenas esconder do mundo a incompetência de um funcionário que desencadeou tudo isso. Recomendo a leitura, rica em detalhes e muito triste também, muitas vidas perdidas!

Em maio de 2023 • Via Amazon

Excelente

Abril de 1986, uma explosão seguida de incêndio na usina nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia (então parte da antiga União Soviética), provoca uma catástrofe sem precedentes. O principal acontecimento do século XX, além das terríveis guerras e revoluções contadas por aqueles que vivenciaram, testemunharam este momento. Objetos sem homem, paisagem sem homem. Estradas para lugar nenhum, cabos por toda parte. Documentos foram destruídos para que ninguém soubesse a verdade. As coisas mais terríveis ocorrem em silêncio e de forma natural. Depoimentos emocionantes, dramáticos e detalhados deste triste momento histórico onde a postura dos governantes foi indiferente, esquivando-se da verdade. Assistam Chernobyl-o filme e a minissérie da HBO.

Em março de 2023 • Via Amazon

Forte e desafiador!

Para aqueles interessados em história, jornalismo e ciência, ou para aqueles que desejam conhecer mais sobre o desastre nuclear de Tchernobyl e suas consequências humanas. É um livro forte e desafiador que aborda temas importantes e traz à tona histórias pessoais e individuais que precisam ser contadas.

Em janeiro de 2023 • Via Amazon

"Por trás dos arames farpados só restou a terra..."

Nem parece que eu li esse livro! Foi como se eu estivesse visitado as vítimas de Chernobyl e escutando os relatos de experiência após a explosão da Usina nuclear de Pripyat, considerada a mais segura do mundo, meu cérebro explodiu! Quem foi o culpado? O reator ou o homem? Apenas os três técnicos condenados? As histórias contadas são muito fortes assim como as pessoas que as contaram (incluindo crianças!) porque descreveram em detalhes como perderam seus cônjuges, seus filhos, sua casa e... a esperança. Por exemplo: “O corpo ficou coberto de furúnculos. Quando ele virava a cabeça, caíam chumaços de cabelo”. P. 24 Pedaços de pele grudavam nas minhas mãos. P. 27 Saiam pela boca pedacinhos do pulmão, do fígado. P. 29 E os liquidadores, responsáveis por “limpar” a área, muitos eram voluntários e foram liquidados literalmente por não utilizarem os EPIs adequados nem dosímetros. Inadmissível foi a atuação ineficiente das autoridades públicas que insistiam em inverdades (incluindo carimbos de “ultrassecreto”) sobre as consequências do desastre até muitos anos depois. A radiação provocou morte, câncer, deficiências mentais, mutações genéticas, traumas, perdas de bens, expatriação. Alguns depoentes dizem que era como se estivessem em guerra, até porque já tinham passado por isso e agora... 2022 mais uma. Curioso também como se parece com a situação da pandemia de Covid-19: cientistas que não explicam bem os efeitos do desastre; o silêncio/o descaso das autoridades públicas; as chacotas de mau gosto; a polarização de opiniões; a ideia de conspiração e sabotagem. Na passagem: “É possível ver na sala do reator, com a luz apagada, colunas de luz que caem do teto.” P. 8 Lembrei-me da música da Legião Urbana “Angra dos Reis”, nossa usina nuclear, diz: “quando as estrelas começarem a cair... me diz... me diz... quando é que a gente vai fugir.” Renato Russo trata desse assunto espinhoso que é o paradoxo de ter uma fonte de energia potente e os estragos que ela pode causar para o meio ambiente. O que me deixa assustada? “Isso é passado ou futuro”?

Em março de 2022 • Via Amazon