Criptomoedas: o que é bitcoin, ethereum, dogecoin e mais
Conheça quais são as principais criptomoedas e entenda os pontos que levaram as moedas digitais a um novo patamar no mercado financeiro internacional
Não precisa ser nenhum expert do mercado financeiro para ter ouvido sobre criptomoedas e ter se interessado pelo assunto nos últimos anos. Esse tema tem chamado a atenção desde curiosos até grandes economistas e investidores do mercado de capitais de todo o mundo.
A verdade é que as criptomoedas chegaram com promessas de revolucionar tudo o que sabemos sobre economia e movimentações financeiras e mudar o jeito que enxergamos e usamos o dinheiro. Nomes de algumas das maiores empresas do mundo já demonstraram interesse nessas moedas e fizeram o mercado subir e descer.
Você também já deve ter se questionado como elas funcionam e se vale a pena fazer esse tipo de investimento. Além de investimento, elas têm uma ligação direta com produtos de hardware, especialmente processadores e placas de vídeo, que são essenciais pra que haja a mineração, como explicamos mais adiante neste texto.
Agora, vamos te contar um pouco mais sobre a história das criptomoedas, como elas funcionam, quais são as principais do mercado e como é feita a mineração desse dinheiro virtual.
O que é criptomoeda?
Esqueça as notas de papel e as moedas de aço na sua carteira. As criptomoedas são um tipo de dinheiro digital, ou seja, elas existem exclusivamente online, na internet. Você nunca irá tocar em um bitcoin, ethereum ou qualquer outra criptomoeda, pois elas não são uma moeda física.
Suas informações são enviadas por um sistema de códigos que é o canal de envio e recebimento de moedas digitais, chamado de blockchain. Ele é protegido por criptografia, que dá a segurança necessária para a realização dessas transações bancárias virtuais.
Donos de criptomoedas possuem uma carteira digital para guardar esse dinheiro, que também pode ser armazenado em um pendrive ou qualquer outro dispositivo que guarda dados e arquivos digitais.
Quem criou a criptomoeda?
A primeira criptomoeda é, até hoje, a moeda digital mais famosa: o Bitcoin. Seu criador é um personagem com uma história um pouco misteriosa, já que pouco se sabe dele. O criador usa o pseudônimo Satoshi Nakamoto, mas nada se sabe de sua biografia, de onde ele é e se é uma pessoa ou um grupo por trás desse codinome. Há alguns nomes especulados de quem está por trás, mas até hoje não há nenhuma informação oficial sobre isso.
Décadas antes, em 1983, um cientista da computação norte-americano também já havia elaborado a ideia inicial de usar criptografia para codificar moedas virtuais. À época, David Chaum foi o primeiro responsável por elaborar o conceito de criptomoeda e usar um sistema digital seguro e anônimo para os proprietários.
Como funcionam as criptomoedas?
As criptomoedas se destacam por serem um tipo de dinheiro descentralizado. Isso significa que não há nenhum órgão regulador de qualquer tipo de transação com essas moedas, diferentemente do que é comum na economia, em que esses órgãos geralmente são governos ou uniões econômicas.
Suas movimentações acontecem por criptografia, que dão o anonimato de quem realiza as operações, que usam a tecnologia blockchain. Como uma pedra preciosa, as criptomoedas precisam ser mineradas, mas é óbvio que o processo é bem diferente.
As moedas virtuais são encontradas codificadas na internet, por isso precisam que pessoas ou empresas realizem essa mineração. Quem conseguir abrir o código pode usar a criptomoeda para fazer transações onde já é possível pagar dessa forma, ou, a forma mais popular até o momento, comercializar e investir no mercado financeiro.
Para aprender mais sobre bitcoins e mergulhar à fundo de outras criptomoedas famosas, nós podemos te recomendar a leitura dos livros "Banca 4.0: Revolução Digital", escrito pelo economista Paulo Alcarva, e "Introdução à Blockchain", do especialista Pedro Martins.
As criptomoedas ainda hoje são temas de debates entre economistas e especialistas no mercado financeiro. As discussões envolvem diversos assuntos, como flutuação de valores, regulação e segurança desse tipo de capital.
A principal atração das criptomoedas é sua alta capacidade de valorização. Elas podem aumentar de valor muito rapidamente em um intervalo de tempo bastante curto. Mas essa volatilidade também pode fazer com que os preços despenquem devido às altas especulações no mercado. Por isso, corretoras mostram que os riscos costumam ser de médio para altos.
Por exemplo, tuítes de 2021 do bilionário CEO da Tesla, Elon Musk, fizeram o mercado de Bitcoins subir e descer com insinuações positivas e negativas sobre a moeda, além de disparar os valores em mais de 85% dos ativos de uma criptomoeda desconhecida, chamada CumRocket. Tudo por algumas simples mensagens na rede social de um dos empresários mais ricos do mundo.
Muitos economistas defendem as criptomoedas por elas serem descentralizadas e não dependerem de questões políticas ou sociais de um país ou de uma região para flutuarem. Mas essa característica também é considerada um ponto negativo para os cientistas econômicos que enxergam essa que essa não regulação pode causar instabilidades no dinheiro.
Outra questão muito debatida é a segurança das criptomoedas. Como garantir que não haverá fraude em uma moeda que não é física? A tecnologia da criptografia é considerada muito segura para especialistas, mas há hackers que já violaram os códigos e roubaram dinheiro digital criptografado.
Criptomoedas famosas
Está enganado quem pensa que a única moeda virtual é o bitcoin. São inúmeras no mercado, e cada vez mais essa quantidade aumenta. Separamos aqui seis nomes das principais criptomoedas que circulam nos ambientes virtuais atualmente. Conheça um pouco de cada uma a seguir.
O que é bitcoin?
Tempos de crise são momentos que costumam trazer mudanças nas estruturas sociais e financeiras. Foi no contexto da crise global de 2008 que os primeiros códigos do bitcoin foram desenhados, pensando em se tornar um dinheiro alternativo que não dependesse de instituição financeira alguma.
No ano seguinte, o misterioso Satoshi Nakamoto publicou um artigo sobre essa criptomoeda, explicando todo o seu funcionamento. A publicação mostra que o limite máximo de bitcoin circulando no mundo é de 21 milhões, o que deve ser alcançado em 2140.
- Quanto vale um bitcoin hoje*: R$ 176.654,00
O que é ethereum?
Diferente do bitcoin, o ethereum é uma rede descentralizada que funciona como plataforma para execução de transações de criptomoedas ether e criação e armazenamento de contratos inteligentes. A plataforma, elaborada em 2013 por um programador canadense, é considerado uma evolução na ideia do blockchain. Hoje, o ethereum é a segunda criptomoeda mais valiosa do mercado.
- Quanto vale um ethereum hoje*: R$ 10.822,69
O que é dogecoin?
Era para ter sido uma piada e apenas um meme na internet, mas hoje o dogecoin está entre as principais criptomoedas em valor de mercado do mundo. Ela é baseada em código aberto e tem cerca de 130 bilhões de moedas circulando na internet, e todo ano novos blocos estarão disponíveis para mineração. O dogecoin foi criado em 2013 por uma dupla de engenheiros de software, e hoje conta com uma comunidade engajada e divertida que usa o Reddit para discussões.
- Quanto vale um dogecoin hoje*: R$ 1,35
O que é dash?
Dash é o nome da "Digital Cash", criptomoeda criada em 2014 antes sob o nome de Darkcoin, que pregava o anonimato e a privacidade dos compradores. Foi renomeada depois de seus criadores criarem um novo conceito. Hoje, o dash é uma forma acessível de pagar por produtos e serviços de forma virtual.
- Quanto vale um dash hoje*: R$ 724,16
O que é chiliz?
O chiliz é especial para quem gosta de esportes e e-sports. É um token dedicado aos games e entretenimentos, que atrai esse público que quer interagir com equipes de futebol, como se fosse um sistema de "sócio torcedor". Equipes como Barcelona, Juventus, PSG e Galatasaray são alguns dos times com maior valor de mercado em chiliz.
- Quanto vale um chiliz hoje*: R$ 1,30
O que é tether?
O Tether tem um conceito diferente entre as criptomoedas. É uma stablecoin, que tem paridade com alguma moeda física, no caso, o dólar dos Estados Unidos. Isso deixa com que seu preço seja estável no mercado, atraindo pessoas que querem realizar operações entre diferentes sistemas e criptomoedas e evitar a volatilidade desse capital.
- Quanto vale um dogecoin hoje*: R$ 4,95
*Cotação do dia de redação deste texto.
Como comprar ou investir em criptomoedas?
Hoje em dia, não há dificuldade alguma em comprar ou investir em criptomoedas. Você só precisa abrir uma conta em uma corretora de investimentos que trabalhe com moedas virtuais e depositar a quantia que você pretende investir. Para ter diretamente alguma criptomoeda, é importante ter uma carteira digital.
Mas essa simplicidade deve vir com muita cautela, atenção e conhecimento no assunto. O primeiro de tudo é saber quais são as criptomoedas e quais devem valorizar nos próximos momentos. Depois, é necessário conhecer onde investir e qual corretora dá essa segurança e é bem avaliada pelos clientes que já fizeram essas transações usando os serviços.
Por último, é preciso saber se o seu perfil de investidor é compatível com a volatilidade das criptomoedas. Se você é mais conservador ou intermediário, pode ser que a variação de valores não bata com o que você está buscando. Por ser um investimento de alto risco, quem quer se aventurar no mundo das criptomoedas geralmente recebe as recomendações de colocar uma pequena parcela de dinheiro nesses ativos.
Como minerar criptomoedas?
Como já dissemos, o processo de mineração é a forma de encontrar criptomoedas nos ambientes virtuais. Não é fácil minerar metais preciosos, como ouro e diamante. Com bitcoin e outras moedas virtuais, também é assim.
É um processo complexo, que exige alguma dedicação da pessoa até o equipamento que é utilizado para o processo. Apenas hardwares poderosos conseguem fazer esse tipo de mineração. Alguns dos modelos de placa de vídeo que são compatíveis são RTX 3090 e RTX 3080, da Nvidia, e a RX 6900 XT, da AMD.
O bitcoin já é uma moeda que traz mais dificuldade para a mineração, e exige um processamento muito alto para dar certo. Por isso, é importante buscar outras alternativas de criptomoedas para minerar que possam ser mais fáceis e valer mais a pena para um usuário.
Mas é preciso considerar se esse movimento vale a pena, já que as placas de vídeo estão com valores altíssimos no mercado brasileiro, e a mineração de criptomoedas é um dos fatores para elevar o preço. O CEO da Nvidia no Brasil, Richard Cameron, revelou para a gente que essa questão já está sendo endereçada pela empresa:
"Nossa maior prioridade (da NVidia) são os jogadores. Por conta disso, a empresa está lançando no mercado linhas de placas de vídeo específicas para a mineração de criptomoedas, chamadas CMP" (Cryptocurrency Mining Processor). Apesar do mesmo poder de computação das placas para jogos, elas não contam com saída de vídeo."
Para saber um pouco mais sobre o assunto, recomendamos a leitura do "Mineração de criptomoedas para leigos", dos especialistas nesse assunto Peter Kent e Tyler Bain.