Gabriel García Márquez: conheça 6 livros do autor de Cem Anos de Solidão
Gabriel García Márquez dispensa apresentações, assim como sua maior obra, Cem Anos de Solidão. A escrita de Gabo vagueia entre a memória, o esquecimento e a história. O Amor nos Tempos do Cólera (adaptado para o cinema em 2007, que contou com Javier Bardem no elenco), Crônica de uma Morte Anunciada e Relato de um Náufrago são outros livros que valem a pena

Gabriel García Márquez dispensa apresentações, assim como sua maior obra, Cem Anos de Solidão. A escrita de Gabo vagueia entre a memória, o esquecimento e a história.
O Amor nos Tempos do Cólera (adaptado para o cinema em 2007, que contou com Javier Bardem no elenco), Crônica de uma Morte Anunciada e Relato de um Náufrago são outros livros que valem a pena serem lidos por quem quer se aprofundar na escrita desse autor latinoamericano.
Pensando nisso, nós aqui do Zoom preparamos uma lista com seis livros escritos pelo autor, confere só!
Conhecendo o autor

Gabriel José García Márquez nasceu na Colômbia, em 1927 e, além de escritor, foi conhecido também como jornalista. É considerado um dos autores mais importantes do século XX e um dos de língua espanhola mais lidos no mundo.
Utilizando os fatos que observou quando trabalhava como jornalista e as lendas que ouvia quando criança, o autor povoa em seus livros um imaginário estético e político que exprimem a pluralidade vivenciada na América Latina.
García Márquez é um dos maiores escritores de língua espanhola. Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1982 e traduzido em mais de 36 idiomas, Gabo, como também é conhecido, ao lado de Jorge Luis Borges, é considerado um dos maiores expoentes do realismo fantástico, uma escola literária surgida no início do século XX em resposta à literatura fantástica europeia. Um autor essencial, que agrupa todo um continente em suas páginas.
Cem Anos de Solidão é considerada a obra-prima de Gabriel Garcia Márquez e vendeu mais de 50 milhões de exemplares pelo mundo. Exemplo máximo do realismo fantástico é o segundo livro mais importante de língua espanhola, fica atrás somente de Dom Quixote, de Miguel de Cervantes.
Ambientada na fictícia cidade de Macondo, Cem Anos de Solidão acompanha sete gerações da família Buendía, com seus filhos, netos, bisnetos, casamentos e encontros e desencontros. Considerada por muitos uma verdadeira enciclopédia do imaginário, a obra é o livro certeiro para aqueles que querem conhecer ou se aprofundar na literatura de García Márquez.
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Uma história de amor real é o ponto de partida para O Amor nos Tempos do Cólera
Amor Nos Tempos do Cólera narra a história de um amor um tanto obssessivo. O livro desenvolve a história de amor entre Florentino, um telégrafo e Fermina, filha de um imigrante espanhol que chega a Colômbia. Florentino se apaixona por Fermina sem nem mesmo conversar com a moça.
Ele a escreve gigantescas cartas de amor, a primeira delas tem em torno de 70 páginas – e por algum tempo Fermina e Florentino continuam se correspondendo, até que o pai da moça descobre a relação e resolve afastar a moça do rapaz. O curioso nesse livro de García Márquez é que a história de seus próprios pais, Gabriel Elígio Garciá e Luiza Márquez, serviu de mote inicial para a narrativa de amor entre Florentino e Fermina.
Além disso, o livro é recheado por diversas passagens que descrevem um surto de cólera na Colômbia do século XIX e diversas guerras civis, reforçando assim o caráter histórico da escrita de Gabriel Garcia Márquez.
Em 1949, o convento de Santa Clara fora vendido para a construção de um hotel cinco estrelas. O autor, um jovem repórter, acompanhou a remoção das tumbas funerárias da capela. Uma em especial lhe chamou atenção: o túmulo de uma menina.
Isso o fez rememorar uma lenda que sua avó contava, de uma marquesinha de “grande cabeleira que se arrastava como a cauda de um vestido de noiva”. Em Do Amor e Outros Demônios, Márquez narra a história dessa marquesinha que só teria os cabelos cortados em seu casamento, e que fora criada no convívio com escravos e acreditam ter sido possuída por um demônio.
O livro funciona como uma observação do quanto o desconhecido é condenado.
Um de seus primeiros livros: Os Funerais da Mamãe Grande
Os Funerais da Mamãe Grande é um livro composto por oito contos. Na essência desse livro, um dos primeiros do autor, respira-se o ar de Macondo, cidade fictícia amplamente desenvolvida em Cem Anos de Solidão. Nesse livro Garcia Márquez consegue unir a vida trivial de uma aldeia ao seu realismo fantástico.
Cenas do cotidiano, como em uma singular cena de um dentista extraindo um dente do homem mais poderoso da região, fundem-se ao inesperado e assombroso.
Fazendo uma viagem sentimental por sua terra natal sem esquecer dos problemas sociais colombianos o autor cria um belíssimo panorama introdutório de sua obra – o mágico que corta o real, o cotidiano pincelado com requintes de poesia, fatalidade e extravagância.
Textos Caribenhos (1948-1952) é uma compilação de artigos da primeira fase jornalística do escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez. Colocar a obra nessa lista é, de certa forma, resgatar a inspiração do autor, já que é possível observar em seus artigos jornalísticos ecos de suas obras ficcionais.
Os textos de Textos Caribenhos funcionam muito bem para leitores mais atentos que querem ter a dimensão de toda a obra do autor e irem além da ficção criada pelo ganhador do Nobel de Literatura em 1982.
Viver Para Contar é o livro ideal para encerrar essa lista. No livro Garcia Márquez narra memórias de sua vida e o interessante é que nem sempre essas memórias são verdadeiras – e é esse embaralhamento entre real e fantástico que tornam a obra imperdível. O livro também apresenta diversos autores que influenciaram a escrita do autor colombiano, entre eles Falkner, Kafka, Bolaño, James Joyce entre outros.
Navegar pelas memórias quase verdadeiras de Gabo é adentrar também na história da Colômbia, com suas guerras civis e mudanças de poder. Por muito tempo o autor escrevia para um jornal em Cartagena e tinha de aguardar um censor ler tudo o que ele havia produzido.
Ler Viver Para Contar é ler um pedaço importante da história da América Latina, é conhecer mais a fundo o lado político do escritor de Cem Anos de Solidão: é mergulhar em uma recriação poética de sua vida e obra, que assim como o tal, perduram por muito tempo.
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