Hannah Arendt: confira 7 livros da filósofa
Bastante reconhecida por ter escrito as obras Banalidade do Mal, Origens do Totalitarismo e A Condição Humana, Hannah Arendt destaca-se dentre as pensadoras e os pensadores mais famosos do século XX. Suas obras analisam a sociedade da época e suas nuances através de uma visão jornalística e filosófica carregada de um viés político. Ainda não conhece o trabalho da autora? Selecionamos 7 livros da filósofa para todos aqueles que

Bastante reconhecida por ter escrito as obras Banalidade do Mal, Origens do Totalitarismo e A Condição Humana, Hannah Arendt destaca-se dentre as pensadoras e os pensadores mais famosos do século XX.
Suas obras analisam a sociedade da época e suas nuances através de uma visão jornalística e filosófica carregada de um viés político.
Ainda não conhece o trabalho da autora? Selecionamos 7 livros da filósofa para todos aqueles que desejam entender seu pensamento. Vem conferir!
Considerada uma das intelectuais mais influentes do século XX, Hannah Arendt foi filósofa política, jornalista e professora universitária. Nascida na Alemanha em 1906, foi brevemente encarcerada em 1933, quando o país começou a perseguir pessoas de origem judaica e ela decidiu se afastar da filosofia para lutar pela resistência antinazista.
A experiência levou-a a emigrar do país, de maneira que o regime nazista retirou-lhe sua nacionalidade em 1937 e Arendt tornou-se apátrida até conseguir a nacionalidade norte-americana em 1951. No ano de 1963, começou a lecionar na Universidade de Chicago, onde permaneceu até 1967. Muda-se então para New York, contratada pela New School of Social Research, onde permanece até a sua morte em 1975.
Apesar de ter publicado obras importantes sobre filosofia política, nunca gostou de ser classificada como filósofa e preferia que seus trabalhos fossem classificados dentro da teoria política.
A Condição Humana busca compreender melhor a nossa espécie
Em A Condição Humana, Arendt apresenta uma análise sobre o que é específico e o que é genérico na condição humana ao compreender três atividades que integram a “vita activa”: o labor, o trabalho e a ação.
A autora entende tais atividades como fundamentais, uma vez que correspondem às condições básicas mediante as quais a vida foi dada ao homem na Terra e possibilitam a compreensão sobre a liberdade do homem no espaço público.
Desde a Grécia Antiga à questão proletária moderna, o relato da evolução dos contextos da ação e do discurso como predominantes da essência humana nos permite perceber que esses conceitos foram banalizados e degradados ao longo do tempo, acarretando consequências para a vida do homem moderno, que torna-se cada vez mais alienado e apolítico.
Desde sua publicação, Origens do Totalitarismo tornou-se um clássico e ainda hoje é considerado um retrato da história definitiva dos movimentos políticos totalitários. A autora começa sua escrita elucidando o crescimento do antissemitismo na Europa Central e Ocidental em 1800 e partindo para uma análise do imperialismo europeu de 1884 até a Primeira Guerra Mundial.
Na obra, Arendt leva em consideração a transformação de classes em massas, o uso do terror e da propaganda como fatores essenciais para que tais regimes mantenham seu funcionamento.
Por fim, as instituições e operações desses movimentos são discutidas, o que leva a filósofa a avaliar a natureza de isolamento e a solidão como precondições que levariam à dominação total.
Eichmann em Jerusalém mescla jornalismo à filosofia
Adolf Eichmann foi sequestrado em 1960 por um comando israelense em um subúrbio de Buenos Aires e levado para Jerusalém. Seria o maior julgamento de um carrasco nazista depois do tribunal de Nuremberg.
Entretanto, o processo revelou apenas um funcionário medíocre, sem capacidade de fugir dos clichês burocráticos ou mesmo pensar sobre seus atos, em oposição ao monstro sanguinário que todos esperavam ver.
Arendt, então, propõe a banalidade do mal como a maior ameaça às sociedades democráticas. Investiga questões pra lá de atuais, combinando brilhantemente o jornalismo político à reflexão filosófica.
Entre o Passado e o Futuro aponta causas para a ruptura entre a época moderna e a tradição, assim como as consequências da mesma para o homem moderno. Para explicar seu ponto de vista, a autora faz um paralelo entre o que entendemos por tradição e modernidade.
O livro traz à tona inquietações de Arendt em relação à sociedade do século XX, sendo um ponto de partida para qualquer tentativa de interpretação e organização do seu pensamento.
Homens em Tempos Sombrios trata dos regimes totalitários
Homens em Tempos Sombrios reúne ensaios biográficos de mulheres e homens que viveram os “tempos sombrios” durante a primeira metade do século XX, cujos anos foram marcados pela emergência do totalitarismo nos regimes nazista e stalinista.
Assim, Arendt nos fornece uma reflexão acerca dos erros e acertos de personalidades como Rosa Luxemburgo, Walter Benjamin e Bertold Brecht perante a realidade que enfrentaram.
Os relatos revelam-nos um outro lado da autora, que tem uma sólida crença na solidariedade moral e dignidade humanas.
Uma das mais importantes contribuições intelectuais para aqueles que desejam compreender melhor o complexo quadro político do século XX, a obra reúne quatro ensaios produzidos em três momentos diferentes da trajetória da autora.
Dentre os temas analisados por Arendt, destacam-se a liberdade e o exercício da política. Em um de seus últimos escritos, a autora afirma que a liberdade não termina no âmbito da vida privada, de forma que é uma qualidade de experiência política e deve ser considerada como sua razão de ser.
Com forte teor crítico e espírito forte, o livro estimula questionamentos sobre o tempo em que vivemos.
Sobre a Revolução é leitura indispensável para qualquer aspirante a revolucionário
Partindo das transformações políticas ocorridas no século XVIII, Arendt identifica as principais linhas de força das revoluções modernas, assim como suas contradições e as motivações de seus protagonistas.
Não apenas aponta os fatores que historicamente conduzem à conquista, à manutenção e à perda do poder por meios revolucionários, mas alega também que a maior força motriz de uma revolução é o desejo irresistível do homem de liberdade e novidade.
Por fim, celebra as conquistas libertárias ocasionalmente provocadas em um incomparável ensaio sobre filosofia política.
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