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Se você tem menos de 60 anos, provavelmente testemunhou desde a infância a evolução da televisão, que está perto de completar seu 100º aniversário. O aparelho, parte indispensável das casas de todo o mundo há várias décadas, passou por diversas mudanças, deixando para as trás imagens em preto e branco e tubos volumosos para dar lugar a telas finíssimas e qualidade de cinema. Confira a seguir a linha do tempo com os principais marcos do primeiro século de vida da televisão!

Linha do tempo

Década de 20: muita pesquisa e tentativa até a criação da televisão

Fazer uma televisão hoje em dia pode parecer simples, mas não foi assim no começo. É até difícil determinar uma data exata para a criação deste aparelho, já que diversas pessoas e empresas estiveram envolvidas no seu desenvolvimento. Em 1926, o escocês John Baird apresentou a primeira versão da TV para cientistas da Academia Britânica.

Esse modelo, que era mecânico, utilizava ondas de rádio para transmitir imagens estáticas por cabos para a tela da televisão. Embora ainda fosse uma versão inicial, o televisor de Baird chegou a ser usado pela BBC.

Já em 1928, o engenheiro sueco Ernst Alexanderson consegue provar a transmissão de imagens sem a necessidade de cabos. Trabalhando na General Electric, ele fez a primeira demonstração pública de sua televisão - que ficou conhecida como Octagon - no Proctors Theater, em Nova York, no dia 13 de janeiro. Esta TV tinha uma resolução de 24 linhas - ou seja, as imagens tinham 24 linhas de pixels -, bem menos que as 2160 linhas de resolução das televisões UHD atuais.

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The Baird Televisor (Foto: Reprodução/Royal Television Society)

Década de 30: estabelecimento dos televisores de tubo de raios catódicos

Em 1931, o engenheiro russo Vladimir Zworykin criou, pela fabricante RCA, o protótipo final do tubo de transmissão, que se tornou a base para a produção de televisores por várias décadas. Já no ano seguinte, a RCA começou a produzir televisões de tubo de raios catódicos em suas fábricas.

Os raios catódicos nada mais são que feixes de elétrons que se movimentam dentro do tubo de transmissão e, com isso, geram ondas eletromagnéticas que criam imagens na tela. Parece complicado, né? Mas foi essa tecnologia que foi usada nas TVs de tubo até o surgimento dos aparelhos de tela plana.

Pouco tempo depois, em 1934, a empresa alemã Telefuken também começou a fabricar aparelhos com tubo de raios catódicos. E foi lá na Alemanha que ocorreu a primeira transmissão de TV do mundo, em 1935. Um ano depois, as Olimpíadas de Berlim foram as primeiras a serem transmitidas na televisão. A partir daí, muitas emissoras de televisão começaram a surgir em vários países.

A BBC, que até então era um canal de rádio, criou o próprio canal de TV em 1936, com resolução de 240 linhas horizontais, considerado de alta definição para a época. Em 1937, foi a vez da CBS criar seu canal de televisão nos Estados Unidos. Nessa época, os programas de TV eram transmitidos ao vivo, pois não existiam tecnologias para gravação.

Apesar do rápido crescimento na quantidade de canais de TV e na fabricação de televisores, o início da Segunda Guerra Mundial freou esse avanço. Foi apenas na década de 40, após o fim da guerra, que as televisões se popularizaram e passaram a ser produzidas em massa.

Décadas de 40 e 50: popularização da televisão e sua chegada ao Brasil

Nesse momento, a televisão rapidamente se tornou muito popular e muitos canais e programas de TV começaram a aparecer. Em 1946, por exemplo, foi criado o primeiro seriado de ficção da história, chamado Pinwright’s Progress - transmitido em preto e branco, é claro. Mas, apesar da popularização, os televisores ainda não tinham chegado ao Brasil.

A partir de 1948, algumas transmissões experimentais foram feitas no país, especialmente na cidade de Juiz de Fora. Mas a primeira transmissão de TV oficial do Brasil aconteceu em 1950, quando o empresário Assis Chateaubriand criou a TV Tupi, em São Paulo. Como ainda não havia transmissão via satélite, a programação da TV Tupi estava restrita à cidade de São Paulo. Já no ano seguinte, foi inaugurado o canal no Rio de Janeiro.

É importante lembrar que, até esse momento, todas as transmissões de televisão eram feitas em preto e branco. Enquanto isso, diversas empresas tentavam viabilizar a criação de televisores a cores. Foi em 1951 que a CBS fez sua primeira transmissão a cores. Mas o sistema utilizado pela emissora não era adaptável para as TVs preto e branco, então a maior parte das pessoas não pôde assistir.

No mesmo ano, a SEMP começou a produzir a primeira televisão em preto e branco feita no Brasil, dando início à indústria de televisores no país. Já em 1953, a emissora RCA consegue fazer uma transmissão a cores e, dessa vez, ela pôde ser transmitida em todos os televisores. Nessa época, a popularidade da TV crescia rapidamente e, em 1954, 55% da população americana já tinha uma televisão em casa.

A chegada dos controles remotos

Embora hoje os controles remotos façam muito mais que ligar a televisão e mudar o volume e o canal, até o meio da década de 50 ainda não existia esse acessório. Foi em 1955 que a primeira TV com controle remoto sem fios, chamado de Flash-Matic, foi criada pela fabricante Zenith. Ele tinha apenas um botão e emitia um feixe de luz que, mirado em 4 pontos diferentes da TV, podia ligar e desligar o aparelho, controlar o volume e mudar o canal.

O problema é que, como o televisor era controlado por feixes de luz, os raios solares podiam ligar e desligar o aparelho por acidente. Para resolver o problema, a Zenith criou um novo controle remoto, o Space Command, que tinha quatro botões. Ele inaugurou a era dos controles remotos ultrassônicos, que durou até a década de 80.

Controle remoto Space Command, da Zenith (Foto: Reprodução/BBC)

Também na década de 1950, as televisões começaram a diminuir. Os modelos, que até então tinham estruturas grandes e pesadas, parecidas com móveis, passaram a ser menores e podiam ser colocadas sobre a mobília ou em suportes próprios para as TVs. Ao longo de toda a década de 60, os televisores se modernizaram e ficaram mais acessíveis, especialmente aqui no Brasil.

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Décadas de 70 e 80: explosão do mercado de dispositivos auxiliares

Depois do surgimento dos controles remotos, novos dispositivos auxiliares começaram a ser desenvolvidos. Em 1971, por exemplo, o U-matic, da Sony, primeiro videocassete com sucesso comercial, foi introduzido no mercado.

Um pouco atrasado em relação a países como Estados Unidos e Inglaterra, no Brasil, a primeira transmissão de TV a cores aconteceu em 1972, realizada pela TV Difusora de Porto Alegre, e o evento transmitido foi a Festa da Uva de Caxias do Sul. No mesmo ano, a SEMP iniciou a produção de televisores em cores fabricados no Brasil.

Após o U-matic, a Sony criou um formato de videocassete voltado especificamente para o consumo de massa, conhecido como Betamax, lançado nos EUA em 1975. Já em 1976, a concorrente JVC criou um formato conhecido como Video Home System, o VHS, que veio a se popularizar em todo o mundo.

Primeiro aparelho de VHS vendido no mundo, pela JVC (Foto: Reprodução/JVC)

O mercado de videocassetes no Brasil começou no início da década de 1980. Os primeiros aparelhos eram trazidos do exterior e, por serem feitos para o mercado americano, usavam o padrão de cores NTSC, o que no Brasil resultava na gravação e reprodução de imagens apenas em preto e branco.

Para solucionar esse problema, a Sony começou a importar do Panamá aparelhos no formato Betamax, adaptados para o sistema brasileiro, o PAL-M. Mas, por conta das taxas de importação, os aparelhos eram muito caros. O primeiro aparelho de videocassete fabricado no Brasil foi lançado em 1982 pela Sharp, o que fez com que o preço ficasse mais acessível.

Na década de 80, com o crescimento dos dispositivos auxiliares, como videocassetes e consoles de videogame, o controle remoto se tornou muito mais popular. A partir daí, ele virou um acessório indispensável no uso das televisões.

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Década de 90: TVs de tubo dão lugar às telas planas

Mas não foram apenas os dispositivos auxiliares que evoluíram nessa época. A partir do começo dos anos 90, as TVs também começaram a mudar muito. Os modelos de tubo, usados desde a década de 30, começaram a ficar ultrapassados com o surgimento das primeiras televisões de tela plana.

Os primeiros aparelhos de tela plana usavam o LCD e tinham um retroprojetor traseiro embutido para exibir as imagens. Em seguida, surgiu a tecnologia de telas de plasma, que abriu caminho para a popularização das TVs de alta definição.

Em 1995, o DVD chegou, revolucionando o mercado de mídias audiovisuais. Por mais de uma década, a nova tecnologia conviveu lado a lado com os aparelhos de videocassete, até que, em 2008, o DVD conseguiu substituir completamente o VHS. Já na década de 2010, o DVD também perdeu espaço no mercado, devido à popularização dos serviços de download de vídeos e plataformas de streaming.

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Década de 2000: evolução dos tipos de tela e resolução dos televisores

No começo da década de 2000, a disputa entre as telas de plasma e LCD se acirrou com a popularização do conteúdo em resolução HD. Em 2004, as telas de LED surgem para dar fim à briga entre plasma e LCD, com menor consumo de energia e imagens mais nítidas. O primeiro televisor a usar essa tecnologia foi o Sony Qualia 005, mas as TVs de LED só chegaram ao Brasil alguns anos mais tarde, trazidas pela Samsung.

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Mas a evolução das telas não parou por aí. Ainda em 2004, a Sony criou a primeira TV com tela OLED - que foi apresentada na CES (evento anual da Consumer Technology Association) daquele ano -, seguida por Toshiba, Samsung e Panasonic. Mas, nessa época, as telas OLED tinham vida útil de poucos anos e eram muito caras. Por isso, ainda não eram produzidas comercialmente.

Já em 2007, a Netflix começou a funcionar como um serviço de streaming, abrindo espaço para outras plataformas chegarem ao mercado. Era o início, ainda tímido, da era do streaming.

Plataforma da Netflix em 2007 (Foto: Reprodução/Netflix)

Também foi nesse ano que o Brasil migrou do sinal analógico para o sinal digital, que trouxe imagens com maior definição para as televisões brasileiras. “A chegada do sinal digital representou um grande salto de qualidade e trouxe muitas novidades”, lembra João Rezende, Head de Comunicação e Marketing da SEMP TCL. “Foi quando todo mundo começou a produzir TVs de alta qualidade.”

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Década de 2010: popularização das smart TVs

Logo em 2010, as TVs 3D chegaram ao Brasil. Elas prometiam ser o futuro do mercado de TVs, mas fracassaram em conquistar o público, principalmente devido ao alto preço dos aparelhos e ao desconforto dos óculos 3D. Nessa época, as televisões de plasma deixaram de ser produzidas, dando lugar ao LED, e a resolução Full HD se tornou padrão na produção de aparelhos e conteúdos televisivos.

As tecnologias começaram a evoluir muito rapidamente nesse momento e, no ano seguinte, as primeiras smart TVs foram produzidas, com conexão à internet e acesso a aplicativos. Com elas, o streaming começava a chegar à televisão.

Em 2012, as primeiras TVs 4K chegaram ao Brasil, trazidas pela Sony e LG. Na época, elas ainda eram caras e acessíveis para uma pequena parcela da população. Mas, em poucos anos, se tornaram mais acessíveis e populares entre os consumidores que buscam telas grandes e de alta definição. Esse também foi o ano da chegada da Netflix ao Brasil. Sua popularização foi acelerada nos anos seguintes, quando as smart TVs e smart TV boxes ganharam espaço no mercado.

No ano seguinte, foi criado o primeiro Chromecast, transformando TVs comuns em smart e dando acesso à internet. Com isso, aparelhos como a Apple TV, que já existia desde 2010, começaram a se popularizar. A partir daí, as smart TV boxes começaram a fazer parte das casas pelo Brasil e pelo mundo.

O primeiro Chromecast parecia um pendrive (Foto: Shutterstock)

No mesmo ano, chegam ao mercado as televisões OLED, que contam com tecnologia de pixels que se auto iluminam – o que proporciona o preto puro, mais difícil de atingir em outros tipos de tela, e o contraste infinito, com cores perfeitas e vibrantes.

Dois mil e treze foi, também, o ano em que a Sharp apresentou a primeira televisão com resolução 8K. Embora ainda não tenham bom custo-benefício, as TVs com essa resolução já estão disponíveis no mercado, mostrando que a tendência é que a resolução das telas de TV continue aumentando.

Seguindo a evolução das tecnologias em telas de televisões, em 2015 a Samsung criou as telas QLED, como alternativa às caras telas OLED e também trazendo ótima qualidade de imagem e cores vívidas. Essa tecnologia ajudou a popularizar as telas com qualidade superior e abriu espaço para novas alternativas, como as telas NanoCell, da LG.

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Em 2018, os televisores com inteligência artificial começaram a ser introduzidos no mercado, deixando os aparelhos mais interativos e integrados com outros eletrodomésticos. A chegada dessa tecnologia alterou a função das televisões modernas. "Uma TV, por exemplo, já é capaz de servir de central de controle para eletrodomésticos inteligentes”, analisa Guilherme Campos, Gerente Sênior de Produto das áreas de TV e Áudio da Samsung Brasil.

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Depois de 2021: o que vem por aí?

As TVs evoluíram demais nos últimos anos, trazendo tecnologias que, até então, pareciam coisa de filmes de ficção científica. Aparelhos superfinos, telas gigantes, resolução 4K e 8K, TVs giratórias e à prova d’água. Tudo isso já é uma realidade hoje. Mas não é difícil imaginar que a história não para aí, né? Perto de completar um século de existência, já é possível prever algumas tendências para o futuro do mercado de televisores.

João Rezende analisa: “Para mim, a inteligência artificial é um caminho sem volta. A tendência, agora, é pulverizar essa tecnologia para produtos de entrada, popularizando a tecnologia. A SEMP TCL é pioneira nesse segmento e 100% das TVs da marca já têm inteligência artificial. Acredito que todo o mercado vá fazer essa movimentação.”

O Head de Comunicação e Marketing da SEMP TCL também acredita que as telas de miniLED tendem a ganhar mais espaço no mercado. “O miniLED une o melhor dos dois mundos: tem o brilho e contraste super intensos do LED, mas com a possibilidade de controlar o nível de brilho em regiões pequenas, já que usa LEDs quase do tamanho de um pixel. Isso também possibilita fazer TVs muito finas, com LED quase microscópico”, explica.

A Samsung também aposta nas novas tecnologias de tela. Segundo Guilherme Campos, “a Samsung lançará no Brasil, ainda neste semestre, TVs Neo QLED. Com elas, os usuários terão recursos especiais para otimizar o home office, com acesso remoto mais completo a computadores e compatibilidade com câmeras para realizar reuniões”. A fabricante também vem desenvolvendo TVs microLED, que devem ser lançadas em breve.

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Guilherme acredita que “o consumidor será cada vez mais exigente, buscando produtos que sejam capazes, de fato, de auxiliar seu dia a dia”. Por isso, ele aposta que a customização das televisões deve ser cada vez maior. “Essa customização agora chega para mudar o design e os fins de cada produto. O caminho está aberto para um futuro com telas maiores, mais finas, com visual mais refinado e moderno e com funções criadas para quebrar o padrão de consumo convencional das TVs, indo além da melhor resolução de imagem.”

Já Pedro Valery, Especialista de Produtos TV da LG, afirma que “o consumidor vem buscando telas maiores, de 55 polegadas para cima, para tornar a sua experiência ainda mais imersiva”, além de telas com resolução mais alta. Para acompanhar a expectativa do consumidor, Pedro explica que “a LG busca lançar ano após ano novidades aos seus consumidores, considerando diferentes tamanhos, assim como o pioneirismo em tecnologias para TVs, como o uso de Inteligência Artificial, mais Assistentes Pessoais integrados em português”.

O Especialista de Produtos explica que a fabricante também tem investido em novas tecnologias de tela. Entre as inovações desenvolvidas pela marca para o próximo ano, a LG conta com “a chegada do novo painel OLED Evo. Além disso, teremos uma nova linha premium de TVs LCD da LG, a QNED Mini LED, com uma tecnologia inédita que alia os benefícios da NanoCell com os Quantum Dots e a tecnologia LG MiniLED, tornando o produto muito superior às TVs LCD convencionais”.

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